Itacaré oferece roteiros de ecoturismo para deficientes


Por Agencia Estado

Às margens do Rio de Contas, na zona rural de Itacaré, na Bahia, um grupo de turistas alemães ouve atentamente as instruções sobre como agir caso o barco inflável que os levará pelas águas vire em uma das cachoeiras. Tinha chovido e o rio estava cheio. As águas ficaram turvas e as corredeiras, mais fortes que o normal. Perfeito para o rafting. Enquanto os alemães vestiam seus capacetes e seus salva-vidas, o segundo grupo também começava a se aprontar. Eram oito pessoas. Entre elas, Herbert Ivor Jones, de 24 anos, e Adriana Braun, de 27. Ele, tetraplégico desde os 15. Ela, paraplégica desde os 17. Seguiriam pelo mesmo percurso. Seis cachoeiras rio abaixo - uma delas tão forte que os ocupantes têm de vencer o trecho por uma trilha no meio da mata. É aventura para poucos. E alguém talvez diga: impossível para quem anda de cadeira de rodas. Mas Herbert, aluno do 5º. ano de Psicologia da PUC-SP e que pela primeira vez praticava rafting, discorda. "Quando você está em um grupo, rola uma dinâmica muito legal entre os deficientes e os não-deficientes. Eu sei das minhas limitações, mas senti que, com essa ajuda, dá para chegar onde quiser." Herbert - que perdeu os movimentos ao bater a cabeça mergulhando num rio - e Adriana - vítima de um acidente de carro - visitaram Itacaré e Maraú, no sul da Bahia, para avaliar as diversas opções do ecoturismo local. O cardápio é farto: rafting, trilhas, mergulho, banhos de cachoeira, canoagem e passeios de quadriciclo. Opções que agora podem ser desfrutadas mais facilmente por "cadeirantes" - ou quem usa cadeira de rodas. Palestras - A FreeWay Adventures (www.freeway.tur.br), uma das maiores agências de ecoturismo do País, tem promovido encontros e palestras com guias locais, donos de pousadas e comerciantes para passar informações sobre acessibilidade. "A idéia é fazer de Itacaré a primeira cidade de ecoturismo do País adaptada para deficientes", diz Adriana, fundadora da ONG Acessível e coordenadora do departamento de pessoas com necessidades especiais da FreeWay. Até junho, a operadora deve ter roteiros semelhantes para Bonito e Pantanal. Poucas agências no Brasil fazem esse tipo de trabalho. Entre elas, a Eco Ação, de Brotas, e a Maremar, de Ilhabela. Para subir num barco, chegar a uma trilha ou mergulhar numa cachoeira, os cadeirantes têm o apoio dos guias, que já aprenderam como sustentá-los nos braços e acomodá-los em segurança. "Eu me senti super seguro", diz Herbert, após o rafting. No trecho do rio em que todos tiveram de descer e andar pela mata, Herbert e Adriana foram levados nos braços. Sobe e desce, desvia de pedra, abaixa por causa de um tronco. Sentiram um certo incômodo. "Não dá para exigir acessibilidade total se vou para o meio do mato", diz ele. Talvez nem tivesse a mesma graça. Para trilhas mais longas, um equipamento especial está sendo testado: duas barras de aço ou de alumínio onde uma cadeirinha maleável se prende. "É uma terapia. Você percebe que o mundo pode se abrir para você e isso muda a forma como você encara a vida", diz Herbert. * Viagem feita a convite da Free Way Adventures

Às margens do Rio de Contas, na zona rural de Itacaré, na Bahia, um grupo de turistas alemães ouve atentamente as instruções sobre como agir caso o barco inflável que os levará pelas águas vire em uma das cachoeiras. Tinha chovido e o rio estava cheio. As águas ficaram turvas e as corredeiras, mais fortes que o normal. Perfeito para o rafting. Enquanto os alemães vestiam seus capacetes e seus salva-vidas, o segundo grupo também começava a se aprontar. Eram oito pessoas. Entre elas, Herbert Ivor Jones, de 24 anos, e Adriana Braun, de 27. Ele, tetraplégico desde os 15. Ela, paraplégica desde os 17. Seguiriam pelo mesmo percurso. Seis cachoeiras rio abaixo - uma delas tão forte que os ocupantes têm de vencer o trecho por uma trilha no meio da mata. É aventura para poucos. E alguém talvez diga: impossível para quem anda de cadeira de rodas. Mas Herbert, aluno do 5º. ano de Psicologia da PUC-SP e que pela primeira vez praticava rafting, discorda. "Quando você está em um grupo, rola uma dinâmica muito legal entre os deficientes e os não-deficientes. Eu sei das minhas limitações, mas senti que, com essa ajuda, dá para chegar onde quiser." Herbert - que perdeu os movimentos ao bater a cabeça mergulhando num rio - e Adriana - vítima de um acidente de carro - visitaram Itacaré e Maraú, no sul da Bahia, para avaliar as diversas opções do ecoturismo local. O cardápio é farto: rafting, trilhas, mergulho, banhos de cachoeira, canoagem e passeios de quadriciclo. Opções que agora podem ser desfrutadas mais facilmente por "cadeirantes" - ou quem usa cadeira de rodas. Palestras - A FreeWay Adventures (www.freeway.tur.br), uma das maiores agências de ecoturismo do País, tem promovido encontros e palestras com guias locais, donos de pousadas e comerciantes para passar informações sobre acessibilidade. "A idéia é fazer de Itacaré a primeira cidade de ecoturismo do País adaptada para deficientes", diz Adriana, fundadora da ONG Acessível e coordenadora do departamento de pessoas com necessidades especiais da FreeWay. Até junho, a operadora deve ter roteiros semelhantes para Bonito e Pantanal. Poucas agências no Brasil fazem esse tipo de trabalho. Entre elas, a Eco Ação, de Brotas, e a Maremar, de Ilhabela. Para subir num barco, chegar a uma trilha ou mergulhar numa cachoeira, os cadeirantes têm o apoio dos guias, que já aprenderam como sustentá-los nos braços e acomodá-los em segurança. "Eu me senti super seguro", diz Herbert, após o rafting. No trecho do rio em que todos tiveram de descer e andar pela mata, Herbert e Adriana foram levados nos braços. Sobe e desce, desvia de pedra, abaixa por causa de um tronco. Sentiram um certo incômodo. "Não dá para exigir acessibilidade total se vou para o meio do mato", diz ele. Talvez nem tivesse a mesma graça. Para trilhas mais longas, um equipamento especial está sendo testado: duas barras de aço ou de alumínio onde uma cadeirinha maleável se prende. "É uma terapia. Você percebe que o mundo pode se abrir para você e isso muda a forma como você encara a vida", diz Herbert. * Viagem feita a convite da Free Way Adventures

Às margens do Rio de Contas, na zona rural de Itacaré, na Bahia, um grupo de turistas alemães ouve atentamente as instruções sobre como agir caso o barco inflável que os levará pelas águas vire em uma das cachoeiras. Tinha chovido e o rio estava cheio. As águas ficaram turvas e as corredeiras, mais fortes que o normal. Perfeito para o rafting. Enquanto os alemães vestiam seus capacetes e seus salva-vidas, o segundo grupo também começava a se aprontar. Eram oito pessoas. Entre elas, Herbert Ivor Jones, de 24 anos, e Adriana Braun, de 27. Ele, tetraplégico desde os 15. Ela, paraplégica desde os 17. Seguiriam pelo mesmo percurso. Seis cachoeiras rio abaixo - uma delas tão forte que os ocupantes têm de vencer o trecho por uma trilha no meio da mata. É aventura para poucos. E alguém talvez diga: impossível para quem anda de cadeira de rodas. Mas Herbert, aluno do 5º. ano de Psicologia da PUC-SP e que pela primeira vez praticava rafting, discorda. "Quando você está em um grupo, rola uma dinâmica muito legal entre os deficientes e os não-deficientes. Eu sei das minhas limitações, mas senti que, com essa ajuda, dá para chegar onde quiser." Herbert - que perdeu os movimentos ao bater a cabeça mergulhando num rio - e Adriana - vítima de um acidente de carro - visitaram Itacaré e Maraú, no sul da Bahia, para avaliar as diversas opções do ecoturismo local. O cardápio é farto: rafting, trilhas, mergulho, banhos de cachoeira, canoagem e passeios de quadriciclo. Opções que agora podem ser desfrutadas mais facilmente por "cadeirantes" - ou quem usa cadeira de rodas. Palestras - A FreeWay Adventures (www.freeway.tur.br), uma das maiores agências de ecoturismo do País, tem promovido encontros e palestras com guias locais, donos de pousadas e comerciantes para passar informações sobre acessibilidade. "A idéia é fazer de Itacaré a primeira cidade de ecoturismo do País adaptada para deficientes", diz Adriana, fundadora da ONG Acessível e coordenadora do departamento de pessoas com necessidades especiais da FreeWay. Até junho, a operadora deve ter roteiros semelhantes para Bonito e Pantanal. Poucas agências no Brasil fazem esse tipo de trabalho. Entre elas, a Eco Ação, de Brotas, e a Maremar, de Ilhabela. Para subir num barco, chegar a uma trilha ou mergulhar numa cachoeira, os cadeirantes têm o apoio dos guias, que já aprenderam como sustentá-los nos braços e acomodá-los em segurança. "Eu me senti super seguro", diz Herbert, após o rafting. No trecho do rio em que todos tiveram de descer e andar pela mata, Herbert e Adriana foram levados nos braços. Sobe e desce, desvia de pedra, abaixa por causa de um tronco. Sentiram um certo incômodo. "Não dá para exigir acessibilidade total se vou para o meio do mato", diz ele. Talvez nem tivesse a mesma graça. Para trilhas mais longas, um equipamento especial está sendo testado: duas barras de aço ou de alumínio onde uma cadeirinha maleável se prende. "É uma terapia. Você percebe que o mundo pode se abrir para você e isso muda a forma como você encara a vida", diz Herbert. * Viagem feita a convite da Free Way Adventures

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