Espremido entre as montanhas andinas e uma área de edifícios comerciais, o bairro de Macarena, no centro de Bogotá, era, há alguns anos, evitado pelos turistas. Graças à chegada de artistas locais e estrangeiros em busca de aluguéis baratos, o cenário mudou. A região vem sendo limpa, ganhou o apelido de Zona M e concentra o agito dos descolados na capital colombiana - especialmente nas imediações da Carrera 4A. "Aqui, as pessoas têm o mundo em si", diz o alemão Peter Hoogeveen, do Tapas Macarena (Carrera 4A, 26-01; tel.: 00-571-243-9004). Segundo ele, os bogotanos "viajam muito, sabem muito e são mais abertos." Inaugurado em novembro de 2007, o restaurante tem prateleiras cheias de vinho, pilhas de melancias e pedaços de jamón pendurados. O espeto de carne com molho de amendoins ao estilo indonésio (9.900 pesos ou R$ 9) é o prato mais popular.Os sabores internacionais seguem no Beograd (Calle 26, 4-76; tel. : 00-571-283-4866), onde Katarina Markovich, uma sérvia refugiada, deixa a cozinha vez ou outra para ajudar os clientes a se familiarizarem aos pratos típicos de seu país. Como o karadjordje (26.500 pesos ou R$ 24),vitela com pão, cream cheese e presunto.Ao entrar no En Obra (Carrera 4A, 26A-37; tel.: 00-571-284- 0310), você pode pensar que está em um clube punk. Mas dentro surge um bar-restaurante de culinária fusion e decoração minimalista. A clientela mexe em seus laptops enquanto toma sopa de frutos do mar com tempero tailandês (8 mil pesos ou R$ 7) ou assiste a DJs e bandas. "Outros lugares de Bogotá são iguais a qualquer outro do mundo", diz o dono e chef, Francisco Pinzón. "Mas o Macarena tem a personalidade bogotana."O bairro não oferece só boa comida. A Luvina Libros (Carrera 5, 26 A-06; 00-571-284-4157) tem dois andares e clima descontraído. A loja de móveis usados Zona Retro (Carrera 4A, 26-15; 00-571-243- 0508) foi aberta há um ano pela bogotana Monica Negret, para ajudar os "boêmios locais" a decorar espaços compartilhados.A transformação da vizinhança combina com moradores antigos como Alonso Garces, da Alonso Garcés Galería (Carrera 5A, 26-92; 00-571-337- 5832), que funciona desde 1977 em uma antiga igreja. Com a proximidade da La Otra (laoutraferia.com), feira de artes que neste ano ocorre de 22 a 26 de outubro, e novas galerias surgindo o tempo todo, Garces acredita que a região se tornará ainda mais especial em cinco anos. É esperar para ver.
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