Lyon: 7 passeios essenciais para um ou dois dias na cidade francesa


Terceira maior cidade da França, pulsa sob a mística da confluência dos rios Rhône e Saône, misturando museus modernos, ruínas romanas e gastronomia para todos os bolsos

Por Felipe Mortara
Vista panorâmica de Lyon a partirda Basílica de Notre Dame Foto: Felipe Mortara/Estadão

LYON - Existe um ar de leveza que paira em Lyon. Como se fosse uma versão miniatura de Paris, mas sem a correria nem as hordas de turistas. Dá para dizer também que não acumula o célebre mau humor dos parisienses. Com cerca de 550 mil habitantes – mais descontraídos e informais do que a média urbana da França –, a terceira maior cidade do país fica na região centro-leste, no encontro dos rios Rhône e Saône. 

Por sinal a confluência é a alma da cidade e inspira várias atrações, como se conectasse todas as épocas, cujas origens remontam há mais de 2 mil anos. Inclusive muita gente traça um paralelo com o Rio Sena, que cruza Paris, mas sem muito tamanho. Mais organizada e limpa do que a capital, tem metrô por toda parte, mas vale muito a pena ser explorada a pé. Ou então de bicicleta (alugada), caso tenha mais tempo. 

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O tempo médio recomendado para conhecer Lyon pode variar de um dia a uma vida toda, afinal a cidade é desses destinos que vão se revelando aos poucos, repleto de cantinhos que passam desapercebidos a um primeiro olhar. Uma cidade com ruínas romanas bem preservadas, edifícios multicentenários, mas que chamou a atenção do mundo por sua gastronomia e carinho que tem com a comida. 

LEIA MAIS - Reconstruída após a Segunda Guerra, Le Havre respira hoje paz e arte

Vale como destino de bate-volta a partir de Paris – são 2 horas de viagem em trem de alta velocidade – de fim de semana ou de apoio para conhecer os Alpes. Estações de esqui famosas e cheias de pistas, como Courchevel e Samöens, estão a distâncias que variam de 150 a 200 quilômetros. Como há o que fazer por muitos dias em Lyon, separamos aqui uma seleção do que não pode faltar para se para conhecer o essencial da cidade em pouco mais de um dia

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Bar em Vieux Lyon, a 'Cidade Velha', Patrimônio da Humanidade Foto: Felipe Mortara/Estadão

1. Vieux Lyon

Listada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Cidade Velha de Lyon (pronuncia-se “Viê Lyôn”) é um emaranhado de ruas estreitas e casas medievais e renascentistas. E fotogênicas, obviamente. Ali não entra carro, e percorrer suas ruas de paralelepípedos a pé é descobrir um sem-fim de cafés e restaurantes charmosos. E muito antigos, claro. Dividido em três regiões – St-Paul (norte), St-Jean (centro) e St-Georges (sul) –, esse centro antigo merece ser explorado de dia e de noite. 

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Fique de olho nos encantadores edifícios antigos, principalmente nas vias mais famosinhas, como a Rue du Bœuf, Rue St-Jean e Rue des Trois Maries. Estique o pescoço para cima para ver gárgulas e outros personagens de pedra esculpidos nas bordas das janelas ao longo da Rue Juiverie, lar da comunidade judaica de Lyon na Idade Média. Desafie-se a explorar a labiríntica rede de vielas da cidade, que tem ali seu berço. Becos estreitos e passagens secretas são uma da facetas de Lyon. 

Basílica de Notre Dame de Fuvière, do século 19 Foto: Felipe Mortara/Estadão

2. Basílica de Notre Dame de Fuvière 

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Apanhe o funicular para acessar essa que é a igreja mais emblemática de Lyon. Mais do que a Catedral de St. Jean Baptiste, erguida no fim do século 15? Olha, depende do seu gosto. Mas que a Basílica de Notre Dame de Fuvière tem a melhor vista panorâmica da cidade não dá nem pra discutir. Excelente exemplo da arquitetura eclesiástica francesa do final do século 19, é forrada de magníficos mosaicos. Vale fazer a visita guiada, que passa pela cripta e sobe até o teto da Catedral. Acredite: vista melhor não há, mas do terraço diante da igreja já vale o visual. 

Vista da Cité Internationale de la Gastronomie Foto: Cité Internationale de la Gastronomie/Divulgação

3. A grande novidade gastronômica 

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Inaugurada em outubro, a Cité Internationale de la Gastronomie é, sem exageros, o novo símbolo de Lyon, capital mundial da gastronomia. Numa cidade com mais de 4.500 restaurantes era preciso um lugar que reunisse e retratasse toda a força que a culinária, da mais complexa à mais simples, exerce por ali. Viva e pulsante, ganhou fama através de seus chefs, mas rodou o mundo e é a mais pura tradução de sua cultura. Um retrato de Lyon, que pode ser vivido numa experiência interativa no belíssimo edifício do antigo hospital Hotel-Dieu, restaurado e transformado em hotel e complexo repleto de atrações interativas. Há um andar dedicado só às crianças. Na certa, um passeio super saboroso. 

Teatro Romano de Lyon foi construído por volta de 15 a.C. Foto: Felipe Mortara/Estadão

4. Teatro Romano

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Bem coladinho à Basílica de Notre Dame de Fuvière, olhando para o horizonte, à sua direita, um monumento se destaca. Em meio a um gramado, pedras empilhadas anunciam algo enorme. Construído por volta de 15 a.C. e ampliado em 120 d.C., o Teatro Romano de Lyon é deslumbrante. Com plateia para cerca de 10 mil espectadores, era ali que os romanos encenavam grandes obras. Outras leituras de poesia e recitais musicais eram realizados no teatro menor, adjacente. O contraste com uns poucos arranha-céus no horizonte ergue um paradoxo da civilização por ali. 

Musée de la Confluence tem estilo contemporâneo, quiçá futurista Foto: Felipe Mortara/Estadão

5. Musée de la Confluence

Se por um lado a fundação de Lyon remonta ao período Romano, ao mesmo tempo a cidade lida super bem com a modernidade. O estilo contemporâneo, quiçá até futurista, é a marca deste museu, que fica onde o nome diz: bem na confluência dos rios Saône e Rhône.Projetado pelo escritório austríaco Coop Himmelb, o Musée de la Confluence é o símbolo do mais novo bairro de Lyon, homônimo, na ponta sul da península.

Ambicioso, cheio de projeções e experiências interativas, o museu de ciências e humanidades fica numa espécie de cristal transparente futurista em aço e vidro. Você vai encontrar desde ossadas de dinossauros até meteoritos que caíram na Terra, tudo em sintonia com uma jornada de conscientização ambiental e social. Vale muito a visita. 

Halles Paul Bocuse, o famoso mercado fechado de alimentos Foto: Felipe Mortara/Estadão

6. O legado de Bocuse

Lyon respira culinária. Ela está por todas as partes, na essência mais profunda da cidade. Claro, tudo remonta ao lendário chef Paul Bocuse (1926-2018), filho da cidade e um dos criadores da chamada Nouvelle Cuisine. Além de seus restaurantes com um sem-fim de estrelas Michelin, o chef deixou outros legados, inclusive entre os chamados “bouchons”, restaurantes simples e autênticos clássicos. 

Les Halles Paul Bocuse é o famoso mercado fechado de alimentos, com quase 60 bancas que vendem inúmeras delícias de produtores da região – queijos, frios, frutos do mar e doces típicos estão entre os produtos mais buscados. É especialmente agradável aos domingos, quando famílias locais se reúnem para comer mariscos e tomar um brunch regado a vinho branco.

7. Parc Tête d’Or 

Para dar uma descansada na vista e no estômago, depois de tantos museus e comilanças, um passeio pouco turístico e tipicamente lionês. O Tête d’Or é o principal parque da cidade, ao norte do centro – verdadeiro refúgio verde para os amantes da natureza e famílias. Com 117 hectares, o maior parque urbano da França tem projeto paisagístico da década de 1860.

Um lindo lago dá as boas vindas – vale alugar um barco a remo ou pedalinho –, além de um jardim botânico com amplas estufas, cênicos roseirais, um zoológico e um trem turístico. A parte mais legal é que você pode ir com os ônibus C1 ou C5, ou então alugando uma bicicleta. A Velo’v oferece aluguéis de bike a partir de 1,30 euros e você pode subir margeando o Rhône. Ah, claro, não esqueça os ingredientes para um saboroso piquenique. 

Vista panorâmica de Lyon a partirda Basílica de Notre Dame Foto: Felipe Mortara/Estadão

LYON - Existe um ar de leveza que paira em Lyon. Como se fosse uma versão miniatura de Paris, mas sem a correria nem as hordas de turistas. Dá para dizer também que não acumula o célebre mau humor dos parisienses. Com cerca de 550 mil habitantes – mais descontraídos e informais do que a média urbana da França –, a terceira maior cidade do país fica na região centro-leste, no encontro dos rios Rhône e Saône. 

Por sinal a confluência é a alma da cidade e inspira várias atrações, como se conectasse todas as épocas, cujas origens remontam há mais de 2 mil anos. Inclusive muita gente traça um paralelo com o Rio Sena, que cruza Paris, mas sem muito tamanho. Mais organizada e limpa do que a capital, tem metrô por toda parte, mas vale muito a pena ser explorada a pé. Ou então de bicicleta (alugada), caso tenha mais tempo. 

O tempo médio recomendado para conhecer Lyon pode variar de um dia a uma vida toda, afinal a cidade é desses destinos que vão se revelando aos poucos, repleto de cantinhos que passam desapercebidos a um primeiro olhar. Uma cidade com ruínas romanas bem preservadas, edifícios multicentenários, mas que chamou a atenção do mundo por sua gastronomia e carinho que tem com a comida. 

LEIA MAIS - Reconstruída após a Segunda Guerra, Le Havre respira hoje paz e arte

Vale como destino de bate-volta a partir de Paris – são 2 horas de viagem em trem de alta velocidade – de fim de semana ou de apoio para conhecer os Alpes. Estações de esqui famosas e cheias de pistas, como Courchevel e Samöens, estão a distâncias que variam de 150 a 200 quilômetros. Como há o que fazer por muitos dias em Lyon, separamos aqui uma seleção do que não pode faltar para se para conhecer o essencial da cidade em pouco mais de um dia

Bar em Vieux Lyon, a 'Cidade Velha', Patrimônio da Humanidade Foto: Felipe Mortara/Estadão

1. Vieux Lyon

Listada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Cidade Velha de Lyon (pronuncia-se “Viê Lyôn”) é um emaranhado de ruas estreitas e casas medievais e renascentistas. E fotogênicas, obviamente. Ali não entra carro, e percorrer suas ruas de paralelepípedos a pé é descobrir um sem-fim de cafés e restaurantes charmosos. E muito antigos, claro. Dividido em três regiões – St-Paul (norte), St-Jean (centro) e St-Georges (sul) –, esse centro antigo merece ser explorado de dia e de noite. 

Fique de olho nos encantadores edifícios antigos, principalmente nas vias mais famosinhas, como a Rue du Bœuf, Rue St-Jean e Rue des Trois Maries. Estique o pescoço para cima para ver gárgulas e outros personagens de pedra esculpidos nas bordas das janelas ao longo da Rue Juiverie, lar da comunidade judaica de Lyon na Idade Média. Desafie-se a explorar a labiríntica rede de vielas da cidade, que tem ali seu berço. Becos estreitos e passagens secretas são uma da facetas de Lyon. 

Basílica de Notre Dame de Fuvière, do século 19 Foto: Felipe Mortara/Estadão

2. Basílica de Notre Dame de Fuvière 

Apanhe o funicular para acessar essa que é a igreja mais emblemática de Lyon. Mais do que a Catedral de St. Jean Baptiste, erguida no fim do século 15? Olha, depende do seu gosto. Mas que a Basílica de Notre Dame de Fuvière tem a melhor vista panorâmica da cidade não dá nem pra discutir. Excelente exemplo da arquitetura eclesiástica francesa do final do século 19, é forrada de magníficos mosaicos. Vale fazer a visita guiada, que passa pela cripta e sobe até o teto da Catedral. Acredite: vista melhor não há, mas do terraço diante da igreja já vale o visual. 

Vista da Cité Internationale de la Gastronomie Foto: Cité Internationale de la Gastronomie/Divulgação

3. A grande novidade gastronômica 

Inaugurada em outubro, a Cité Internationale de la Gastronomie é, sem exageros, o novo símbolo de Lyon, capital mundial da gastronomia. Numa cidade com mais de 4.500 restaurantes era preciso um lugar que reunisse e retratasse toda a força que a culinária, da mais complexa à mais simples, exerce por ali. Viva e pulsante, ganhou fama através de seus chefs, mas rodou o mundo e é a mais pura tradução de sua cultura. Um retrato de Lyon, que pode ser vivido numa experiência interativa no belíssimo edifício do antigo hospital Hotel-Dieu, restaurado e transformado em hotel e complexo repleto de atrações interativas. Há um andar dedicado só às crianças. Na certa, um passeio super saboroso. 

Teatro Romano de Lyon foi construído por volta de 15 a.C. Foto: Felipe Mortara/Estadão

4. Teatro Romano

Bem coladinho à Basílica de Notre Dame de Fuvière, olhando para o horizonte, à sua direita, um monumento se destaca. Em meio a um gramado, pedras empilhadas anunciam algo enorme. Construído por volta de 15 a.C. e ampliado em 120 d.C., o Teatro Romano de Lyon é deslumbrante. Com plateia para cerca de 10 mil espectadores, era ali que os romanos encenavam grandes obras. Outras leituras de poesia e recitais musicais eram realizados no teatro menor, adjacente. O contraste com uns poucos arranha-céus no horizonte ergue um paradoxo da civilização por ali. 

Musée de la Confluence tem estilo contemporâneo, quiçá futurista Foto: Felipe Mortara/Estadão

5. Musée de la Confluence

Se por um lado a fundação de Lyon remonta ao período Romano, ao mesmo tempo a cidade lida super bem com a modernidade. O estilo contemporâneo, quiçá até futurista, é a marca deste museu, que fica onde o nome diz: bem na confluência dos rios Saône e Rhône.Projetado pelo escritório austríaco Coop Himmelb, o Musée de la Confluence é o símbolo do mais novo bairro de Lyon, homônimo, na ponta sul da península.

Ambicioso, cheio de projeções e experiências interativas, o museu de ciências e humanidades fica numa espécie de cristal transparente futurista em aço e vidro. Você vai encontrar desde ossadas de dinossauros até meteoritos que caíram na Terra, tudo em sintonia com uma jornada de conscientização ambiental e social. Vale muito a visita. 

Halles Paul Bocuse, o famoso mercado fechado de alimentos Foto: Felipe Mortara/Estadão

6. O legado de Bocuse

Lyon respira culinária. Ela está por todas as partes, na essência mais profunda da cidade. Claro, tudo remonta ao lendário chef Paul Bocuse (1926-2018), filho da cidade e um dos criadores da chamada Nouvelle Cuisine. Além de seus restaurantes com um sem-fim de estrelas Michelin, o chef deixou outros legados, inclusive entre os chamados “bouchons”, restaurantes simples e autênticos clássicos. 

Les Halles Paul Bocuse é o famoso mercado fechado de alimentos, com quase 60 bancas que vendem inúmeras delícias de produtores da região – queijos, frios, frutos do mar e doces típicos estão entre os produtos mais buscados. É especialmente agradável aos domingos, quando famílias locais se reúnem para comer mariscos e tomar um brunch regado a vinho branco.

7. Parc Tête d’Or 

Para dar uma descansada na vista e no estômago, depois de tantos museus e comilanças, um passeio pouco turístico e tipicamente lionês. O Tête d’Or é o principal parque da cidade, ao norte do centro – verdadeiro refúgio verde para os amantes da natureza e famílias. Com 117 hectares, o maior parque urbano da França tem projeto paisagístico da década de 1860.

Um lindo lago dá as boas vindas – vale alugar um barco a remo ou pedalinho –, além de um jardim botânico com amplas estufas, cênicos roseirais, um zoológico e um trem turístico. A parte mais legal é que você pode ir com os ônibus C1 ou C5, ou então alugando uma bicicleta. A Velo’v oferece aluguéis de bike a partir de 1,30 euros e você pode subir margeando o Rhône. Ah, claro, não esqueça os ingredientes para um saboroso piquenique. 

Vista panorâmica de Lyon a partirda Basílica de Notre Dame Foto: Felipe Mortara/Estadão

LYON - Existe um ar de leveza que paira em Lyon. Como se fosse uma versão miniatura de Paris, mas sem a correria nem as hordas de turistas. Dá para dizer também que não acumula o célebre mau humor dos parisienses. Com cerca de 550 mil habitantes – mais descontraídos e informais do que a média urbana da França –, a terceira maior cidade do país fica na região centro-leste, no encontro dos rios Rhône e Saône. 

Por sinal a confluência é a alma da cidade e inspira várias atrações, como se conectasse todas as épocas, cujas origens remontam há mais de 2 mil anos. Inclusive muita gente traça um paralelo com o Rio Sena, que cruza Paris, mas sem muito tamanho. Mais organizada e limpa do que a capital, tem metrô por toda parte, mas vale muito a pena ser explorada a pé. Ou então de bicicleta (alugada), caso tenha mais tempo. 

O tempo médio recomendado para conhecer Lyon pode variar de um dia a uma vida toda, afinal a cidade é desses destinos que vão se revelando aos poucos, repleto de cantinhos que passam desapercebidos a um primeiro olhar. Uma cidade com ruínas romanas bem preservadas, edifícios multicentenários, mas que chamou a atenção do mundo por sua gastronomia e carinho que tem com a comida. 

LEIA MAIS - Reconstruída após a Segunda Guerra, Le Havre respira hoje paz e arte

Vale como destino de bate-volta a partir de Paris – são 2 horas de viagem em trem de alta velocidade – de fim de semana ou de apoio para conhecer os Alpes. Estações de esqui famosas e cheias de pistas, como Courchevel e Samöens, estão a distâncias que variam de 150 a 200 quilômetros. Como há o que fazer por muitos dias em Lyon, separamos aqui uma seleção do que não pode faltar para se para conhecer o essencial da cidade em pouco mais de um dia

Bar em Vieux Lyon, a 'Cidade Velha', Patrimônio da Humanidade Foto: Felipe Mortara/Estadão

1. Vieux Lyon

Listada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Cidade Velha de Lyon (pronuncia-se “Viê Lyôn”) é um emaranhado de ruas estreitas e casas medievais e renascentistas. E fotogênicas, obviamente. Ali não entra carro, e percorrer suas ruas de paralelepípedos a pé é descobrir um sem-fim de cafés e restaurantes charmosos. E muito antigos, claro. Dividido em três regiões – St-Paul (norte), St-Jean (centro) e St-Georges (sul) –, esse centro antigo merece ser explorado de dia e de noite. 

Fique de olho nos encantadores edifícios antigos, principalmente nas vias mais famosinhas, como a Rue du Bœuf, Rue St-Jean e Rue des Trois Maries. Estique o pescoço para cima para ver gárgulas e outros personagens de pedra esculpidos nas bordas das janelas ao longo da Rue Juiverie, lar da comunidade judaica de Lyon na Idade Média. Desafie-se a explorar a labiríntica rede de vielas da cidade, que tem ali seu berço. Becos estreitos e passagens secretas são uma da facetas de Lyon. 

Basílica de Notre Dame de Fuvière, do século 19 Foto: Felipe Mortara/Estadão

2. Basílica de Notre Dame de Fuvière 

Apanhe o funicular para acessar essa que é a igreja mais emblemática de Lyon. Mais do que a Catedral de St. Jean Baptiste, erguida no fim do século 15? Olha, depende do seu gosto. Mas que a Basílica de Notre Dame de Fuvière tem a melhor vista panorâmica da cidade não dá nem pra discutir. Excelente exemplo da arquitetura eclesiástica francesa do final do século 19, é forrada de magníficos mosaicos. Vale fazer a visita guiada, que passa pela cripta e sobe até o teto da Catedral. Acredite: vista melhor não há, mas do terraço diante da igreja já vale o visual. 

Vista da Cité Internationale de la Gastronomie Foto: Cité Internationale de la Gastronomie/Divulgação

3. A grande novidade gastronômica 

Inaugurada em outubro, a Cité Internationale de la Gastronomie é, sem exageros, o novo símbolo de Lyon, capital mundial da gastronomia. Numa cidade com mais de 4.500 restaurantes era preciso um lugar que reunisse e retratasse toda a força que a culinária, da mais complexa à mais simples, exerce por ali. Viva e pulsante, ganhou fama através de seus chefs, mas rodou o mundo e é a mais pura tradução de sua cultura. Um retrato de Lyon, que pode ser vivido numa experiência interativa no belíssimo edifício do antigo hospital Hotel-Dieu, restaurado e transformado em hotel e complexo repleto de atrações interativas. Há um andar dedicado só às crianças. Na certa, um passeio super saboroso. 

Teatro Romano de Lyon foi construído por volta de 15 a.C. Foto: Felipe Mortara/Estadão

4. Teatro Romano

Bem coladinho à Basílica de Notre Dame de Fuvière, olhando para o horizonte, à sua direita, um monumento se destaca. Em meio a um gramado, pedras empilhadas anunciam algo enorme. Construído por volta de 15 a.C. e ampliado em 120 d.C., o Teatro Romano de Lyon é deslumbrante. Com plateia para cerca de 10 mil espectadores, era ali que os romanos encenavam grandes obras. Outras leituras de poesia e recitais musicais eram realizados no teatro menor, adjacente. O contraste com uns poucos arranha-céus no horizonte ergue um paradoxo da civilização por ali. 

Musée de la Confluence tem estilo contemporâneo, quiçá futurista Foto: Felipe Mortara/Estadão

5. Musée de la Confluence

Se por um lado a fundação de Lyon remonta ao período Romano, ao mesmo tempo a cidade lida super bem com a modernidade. O estilo contemporâneo, quiçá até futurista, é a marca deste museu, que fica onde o nome diz: bem na confluência dos rios Saône e Rhône.Projetado pelo escritório austríaco Coop Himmelb, o Musée de la Confluence é o símbolo do mais novo bairro de Lyon, homônimo, na ponta sul da península.

Ambicioso, cheio de projeções e experiências interativas, o museu de ciências e humanidades fica numa espécie de cristal transparente futurista em aço e vidro. Você vai encontrar desde ossadas de dinossauros até meteoritos que caíram na Terra, tudo em sintonia com uma jornada de conscientização ambiental e social. Vale muito a visita. 

Halles Paul Bocuse, o famoso mercado fechado de alimentos Foto: Felipe Mortara/Estadão

6. O legado de Bocuse

Lyon respira culinária. Ela está por todas as partes, na essência mais profunda da cidade. Claro, tudo remonta ao lendário chef Paul Bocuse (1926-2018), filho da cidade e um dos criadores da chamada Nouvelle Cuisine. Além de seus restaurantes com um sem-fim de estrelas Michelin, o chef deixou outros legados, inclusive entre os chamados “bouchons”, restaurantes simples e autênticos clássicos. 

Les Halles Paul Bocuse é o famoso mercado fechado de alimentos, com quase 60 bancas que vendem inúmeras delícias de produtores da região – queijos, frios, frutos do mar e doces típicos estão entre os produtos mais buscados. É especialmente agradável aos domingos, quando famílias locais se reúnem para comer mariscos e tomar um brunch regado a vinho branco.

7. Parc Tête d’Or 

Para dar uma descansada na vista e no estômago, depois de tantos museus e comilanças, um passeio pouco turístico e tipicamente lionês. O Tête d’Or é o principal parque da cidade, ao norte do centro – verdadeiro refúgio verde para os amantes da natureza e famílias. Com 117 hectares, o maior parque urbano da França tem projeto paisagístico da década de 1860.

Um lindo lago dá as boas vindas – vale alugar um barco a remo ou pedalinho –, além de um jardim botânico com amplas estufas, cênicos roseirais, um zoológico e um trem turístico. A parte mais legal é que você pode ir com os ônibus C1 ou C5, ou então alugando uma bicicleta. A Velo’v oferece aluguéis de bike a partir de 1,30 euros e você pode subir margeando o Rhône. Ah, claro, não esqueça os ingredientes para um saboroso piquenique. 

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