Um Brasil sem o Acre e ainda com a “Província Cisplatina” – hoje o Uruguai – como seu território e pouco menos de 5 milhões de habitantes desligou-se de Portugal em 1822. Esse País que se libertou formalmente do colonialismo tinha feição única. Diferentemente dos vizinhos de fala espanhola, os brasileiros usavam o português como língua oficial; não criaram uma república, mas mantiveram o regime monárquico por 67 anos; e não se fragmentaram em outros Estados.
Com economia agrário-exportadora, a nova nação produzia basicamente açúcar, algodão, fumo. O café só se destacaria nos anos 1830. Um terço da população era de escravizados. A doença que mais matava no Rio era a tuberculose. A expectativa de vida não passava de 25 anos, com mais de 90% de analfabetos.
Duzentos anos depois, o Brasil é uma república com 215 milhões de habitantes. É o sexto país mais populoso do planeta, posição que, preveem especialistas, perderá em breve para a Nigéria. A República, proclamada após um golpe militar em 1889, é marcada por profundas desigualdades.
Abolida em 1888, a escravidão ainda deixa marcas na exclusão da maioria da população, parda e preta. A economia é fortemente baseada na exportação de commodities, como soja e minérios. A industrialização da segunda metade do Século 20 perde força. Hoje, um brasileiro pode esperar viver mais de 76 anos. Veja abaixo as diferenças entre o Brasil de 1822 e o de 2022.
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