Pelo menos 881 detentos do presídio de segurança máxima Bangu 3, na zona oeste do Rio, fizeram 22 pessoas como reféns desde as 17 horas de hoje e estão amotinados, ocupando praticamente todo a penitenciária, de acordo com a Secretaria de Justiça do Estado. Tiros já foram disparados e a situação está muito tensa. Mais de 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais, do Batalhão de Choque, Grupamento Especial Tático Móvel e do 14.º Batalhão da PM cercam o local. Os presos apontam armas e ameaçam executar os reféns, entre os quais há agentes penitenciários, funcionários administrativos, professores e assistentes sociais, caso a PM invada a prisão. O diretor-geral do Departamento do Sistema Penitenciário, Manoel Pedro da Silva, tenta negociar com os presos, que exigem a presença do secretário da Segurança Pública, Josias Quintal, ou do secretário de Direitos Humanos, João Luis Pinaud, já está no local. Três explosões foram ouvidas. A rebelião começou logo após o término do período de visitas. Irmã da professora Sônia Maria Jacomo, provavelmente uma das reféns dos presos, a advogada Zélia Jacomo também está local, em busca de informações sobre a irmã. Ela contou que soube da rebelião pelo rádio e, em seguida, dirigiu-se para Bangu 3. ?Pedi informações e me disseram para procurar o comandante do 14ª Batalhão (Bangu). Ficamos preocupados porque deu a hora de ela chegar em casa e ela não chegou?, disse. Segundo a advogada, Sônia trabalha há um ano no presídio, dando aulas de disciplinas integradas do ensino fundamental para os detentos. A professora é casada e tem três filhos. Uma de suas filhas, que não quis se identificar, também acompanha negociações com o rebelados. ?É um trabalho que ela gosta e nunca reclamou?, disse Zélia sobre a irmã.
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