Verão e férias escolares. Uma temporada de descanso e diversão, mas também de muitos perigos para as crianças na costa brasileira, como alerta o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. O aviso chega depois de um grave acidente em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, onde uma criança de 8 anos ficou à deriva em uma bolha inflável.
No verão do ano passado, um acidente parecido aconteceu na praia de Copacabana, no Rio. Um casal ficou à deriva dentro de uma bolha inflável e teve que ser resgatado pelos bombeiros. A prática é proibida no Rio de Janeiro e, desde o acidente, a Guarda Municipal vem reprimindo o aluguel das bolhas.
“De tempos em tempos alguém tenta explorar esse serviço nas regiões costeiras, alugando as bolhas por alguns minutos”, afirma o major. “Mas é muito perigoso. A maioria dos modelos não tem zíper de fechamento pelo lado de dentro, só pelo de fora. Ou seja, a pessoa que está lá dentro não consegue abrir se houver uma emergência, fica muito vulnerável.”
Outro problema, segundo Contreiras, é que o ar dentro da bolha é limitado. A redução da quantidade de oxigênio pode levar a desmaios e até mesmo à morte. Os ventos fortes nas regiões costeiras podem levar rapidamente a bolha para longe da faixa de areia, justamente como aconteceu em Ubatuba, deixando o equipamento vulnerável a eventuais furos, se for atingida por uma pedra, um barco ou mesmo uma prancha de surfe.
“Se furar, a água entra e a tendência é que a pessoa afunde junto com a bolha, uma vez que não consegue sair”, afirmou. “Ou seja, é uma atividade que oferece muitos riscos e o Corpo de Bombeiros não recomenda.”
Veja outras dicas para manter as crianças seguras na praia
- Objetos flutuantes em geral são perigosos porque oferecem uma falsa sensação de segurança, e ainda podem levar a acidentes graves, sobretudo ser for levada para longe da linha de arrebentação;
- Crianças devem estar o tempo todo sob a supervisão atenta de adultos;
- Evite bebidas alcóolicas e distrações como o celular, por exemplo, se estiver cuidando de crianças na praia;
- Cada criança pode ter uma pulseira com o nome e o telefone dos responsáveis;
- Para entrar na água, a criança deve estar sempre acompanhada de um adulto e a uma distância de, no máximo, um braço.
O major ainda afirma que não se deve deixar as crianças participarem de atividades não regulamentadas e não recomendadas pelos Bombeiros. “Essas dicas têm funcionado aqui no Rio”, diz o porta-voz. “Em 2023, tivemos 3.200 crianças perdidas, contra 1.400 neste ano. A população parece ter comprado a ideia da prevenção.”
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