Acidente com corintianos: trecho da Fernão Dias é de risco e tem média de 74 ocorrências por ano

PRF reconhece risco da pista em Minas Gerais onde veículo com torcedores capotou, deixando sete mortos neste domingo. Dezoito pessoas morreram no local nos últimos quatro anos, aponta base do órgão

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Foto do author Leon Ferrari
Atualização:

Cerca de 74 acidentes ocorrem por ano entre os kms 520 e 530 da Rodovia Fernão Dias (BR-381), em Minas Gerais, local onde um ônibus que transportava torcedores do Corinthians tombou e deixou sete mortos neste domingo, 20. O trecho é considerado de risco pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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Os dados são da base pública da PRF, disponível no site do órgão, e foram tabulados pelo Estadão. A reportagem observou a evolução de acidentes no trecho entre 2020 e 2023. No caso deste ano, a tabela apresenta informações até final de julho.

Segundo o levantamento, nesse período de quase quatro anos, 334 veículos, com 527 pessoas, estiveram envolvidos em acidentes entre os kms 520 e 530. Desse total, 18 evoluíram a óbito e 264 ficaram feridos. O número de mortos sobe para 25, caso somados os sete mortos no acidente deste domingo.

Em 2023, 39 sinistros já foram registrados neste trecho. Em 2022, o número foi de 67. Em 2021 e 2020, respectivamente, foram 77 e 79 acidentes.

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Até agora, a BR-381 já ultrapassou os 1,8 mil acidentes. No total, 38.409 sinistros em rodovias federais ocorreram em 2023. A Fernão Dias costuma ter anualmente aproximadamente 3 mil incidentes.

Tragédia ocorreu na altura do km 525,4 da BR-381 Foto: Corpo de Bombeiros de MG/Reprodução

O que são trechos críticos?

Vários trechos da BR-381, inclusive aquele entre os kms 520 e 530, são considerados “críticos” pela PRF. Isso significa que estão sujeitos à velocidade com a utilização de “medidores de velocidade do tipo portátil”.

A classificação é baseada em três critérios: histórico de acidentalidade; o risco de acidentalidade; e trecho com recorrente inobservância dos limites de velocidade previstos.

Passageiros relataram falta de freio antes do acidente; ônibus viajava irregularmente

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que era irregular a viagem do ônibus envolvido em um acidente com sete mortos na madrugada deste domingo, 20.

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Segundo o comunicado da ANTT, o ônibus não tinha nem registro nem autorização da agência responsável pela fiscalização do setor. De acordo com um técnico da agência entrevistado pelo Estadão, o veículo precisaria de autorização para prestar esse tipo de serviço e ainda deveria ter obtido uma licença específica para a viagem.

Relatos de sobreviventes apontam ainda que o veículo teria perdido o freio antes do acidente. Os passageiros relataram ter notado uma velocidade acima da habitual e foram alertados pelo motorista do problema técnico do ônibus. Instantes depois, o acidente aconteceu. Ao menos dez pessoas ficaram presas entre as ferragens. Até a tarde deste domingo, o número oficial apontava sete óbitos. Feridos foram encaminhados para hospitais da região. /COLABORARAM DANIEL HAIDAR E ROBERTA JANSEN

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