A diminuição da população de 15 a 17 anos que frequentava a escola revelada no Pnad 2011 em relação à edição passada da pesquisa é uma tendência que havia sido observada desde 2010, afirma o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. "O Pnad confirma o que o Censo disse", diz. Segundo o titular do MEC, a queda da frequência escolar dos adolescentes dessa faixa etária é concentrada na Região Sudeste."Nós temos que analisar o que é que está acontecendo. A nossa avaliação preliminar é a de que muitos jovens estão saindo para trabalhar mais cedo do que deveriam", afirma Mercadante.Outro problema, fonte de preocupação do governo, é a gravidez precoce. "Nós estamos falando em mais 300 mil meninas que estão engravidando nessa faixa etária. E vem crescendo muito forte", diz.Dificuldade na alfabetização é outra questão levantada pelo ministro. "O que realmente vai mudar é a alfabetização na idade certa, porque parte desses meninos que abandonam a escola não aprenderam a ler e a escrever na idade certa." Soluções. Para atacar essa queda, o ministro sugere que o ensino médio seja "mais atraente". De acordo com ele, é preciso fazer uma escola melhor no ensino fundamental para diminuir a evasão no ensino médio. "Precisamos, no ensino médio, de um ensino técnico profissionalizante. Porque quando você põe um ensino técnico profissionalizante, ele sente que a vida dele vai mudar melhor."Mercadante também cita o Bolsa-Família, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Projovem Urbano como programas que buscam incentivar a permanência dos alunos na escola. "O Bolsa-Família ajuda, porque passou a atingir agora o jovem de até 17 anos. O Projovem também trabalha com esse público. E, com o Pronatec, queremos chegar a 1,5 milhão de matrículas neste ano."
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