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Acidente aéreo em Vinhedo o sonho da escrevente Adriana Dalfovo

Paranaense se preparou por 20 anos para ter o próprio cartório e estava nas etapas finais do processo

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Por Miguel Portela
Atualização:

CASCAVEL - O acidente aéreo com o avião da Voepass, na sexta-feira, 9, interrompeu bruscamente o sonho da escrevente de cartório Adriana Maria Dalfovo Santos, de 56 anos.

Moradora de Cascavel, ela faria conexão no aeroporto de Guarulhos para Maceió, onde prestaria uma das últimas etapas do concurso público para outorga de delegações de notas e de registro, para o qual se preparou por 20 anos.

Adriana Maria Dalfovo Santos embarcaria de Guarulhos para Maceió Foto: Redes sociais

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“O sonho de minha mãe era ter um cartório próprio. Ela trabalhava como escrevente no cartório que é de minha avó. Trabalhava o dia inteiro e, à noite, se preparava para o concurso. Minha mãe foi guerreira”, contou João Pedro, que viajou de Cascavel a São Paulo para fazer o reconhecimento do corpo da mãe. A tragédia vitimou 62 pessoas.

Adriana era casada com Ricardo Esteves Santos, de 57 anos. Além do filho de 28 anos, ela deixa a filha Luíza, de 30 anos.

“Seu eu pudesse te dar só mais um abraço, um beijo ou dizer mais uma vez que te amo, já seria tanto. (Por favor, quem estiver aí com a mãe do lado, faça isso por mim)”, escreveu Luíza nas redes sociais. “E esse tanto eu tinha há menos de 24 horas. Como eu sou feliz de ser sua filha, em ter aprendido tanto com você. A pessoa com maior coração que eu já conheci.”

Adriana Dalfovo Santos (com as flores) ao lado dos filhos e do marido Foto: Arquivo pessoal

Dedicação

Adriana era formada em direito pelo Centro Universitário Univel e tinha pós-graduação na área.

Ela foi aprovada nas provas escrita e prática do concurso de cartórios, e foi convocada para o exame de personalidade (psicotécnico) no Centro Universitário Mario Pontes Jucá, em Maceió.

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O exame de personalidade era uma das últimas etapas do concurso. Em setembro, aconteceria a prova oral.

“Infelizmente, esse sonho acabou dessa maneira. Enfim, é a vida. Só tenho orgulho de tudo o que ela fez por nós”, disse João Pedro.

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