Alta consolida mudança no perfil de risco

Para analistas, agência reconhece resistência do Brasil à crise global

PUBLICIDADE

A elevação dos ratings da economia brasileira pela Moody"s Investor Service, de Ba1 para Baa3, consolida a melhora do perfil de risco do País. A avaliação é do economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn. Em nota à imprensa, o chefe do Departamento Econômico do Itaú Unibanco lembra que a Moody"s é a terceira agência a elevar o Brasil a grau de investimento."As duas primeiras foram importantes sinalizadores da melhora do perfil de risco do País, a terceira consolida esse patamar", diz Goldfajn, referindo-se ao upgrade concedido pela Standard & Poor"s em 30 de abril do ano passado e à elevação da avaliação pela Fitch Ratings em 29 de maio, também do ano passado. Ainda segundo o economista-chefe do Itaú Unibanco, "esta elevação tem também um simbolismo importante, já que ocorre logo depois da crise". "Reforça a ideia de que estamos saindo bem da crise."Na opinião do economista-chefe do Banco Santander e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, a elevação dos ratings da economia brasileira pela Moody"s é o reconhecimento da resistência do Brasil à crise mundial. Para Schwartsman, o upgrade da Moody"s tem mais relevância pelo momento da economia brasileira, saindo da forte crise que afetou as economias de todo o mundo. "E tem relevância também porque eles (Moody"s) foram muito duros lá atrás (com o Brasil)", lembra o chefe do Departamento Econômico do Banco Santander. Schwartsman, que sempre foi um crítico da demora das agências de classificação de riscos em reconhecer os avanços da economia brasileira, concorda que o grau de investimento concedido pela Moody"s ajuda. Mas, segundo ele, o crucial já foi atingido com os upgrades da S&P e da Fitch, no ano passado.O economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, observa que, apesar de já esperada, a concessão do grau de investimento pela Moody"s veio acompanhada de uma avaliação especialmente positiva da economia brasileira, dos seus fundamentos, da qualidade da sua política econômica e das respostas dos País à crise financeira internacional. "Ao colocar o Brasil entre os vencedores, mesmo entre aqueles da categoria de grau de investimento, a Moody"s reconhece que o País vai ocupar um papel de grande destaque no desenho da economia mundial no pós-crise."REPERCUSSÃOGuido MantegaMinistro da Fazenda"A Moody"s destacou a capacidade de absorção de choques da economia brasileira e a resposta das autoridades"Paulo BernardoMinistro do Planejamento "A agência está acertando o passo porque estava defasada"José Sergio GabrielliPresidente da Petrobrás"A decisão da Moody"s é boa para todos"Ilan Goldfajn Chefe do Departamento Econômico do Itaú Unibanco "As duas primeiras (elevações de rating feitas pela S&P e Fitch) foram importantes sinalizadores da melhora do perfil de risco do País, a terceira consolida esse patamar"

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.