Alunos, pais e professores homenageiam vítimas de ataque em Goiânia

Culto ecumênico foi realizado na porta do Colégio Goyases; dois estudantes foram mortos na sexta e outros quatro ficaram feridos

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Por Redação
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GOIÂNIA - Em meio a uma multidão de branco, o clima era de tristeza, apoio e solidariedade na porta do Colégio Goyases, em Goiânia, nesta terça-feira, 24. Com camisetas escrito "paz", professores, pais e alunos participaram de um culto ecumênico em homenagem às vítimas da tragédia que atingiu a escola. O local foi palco de um ataque a tiros na sexta-feira, 20, que deixou dois alunos mortos e quatro feridos

Familiares de vítimas que ainda estão internadas em hospital de Goiânia compareceram ao ato Foto: Estadão

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Muito emocionado, o diretor administrativo Luciano Rizzo disse que busca dar apoio aos funcionários e à comunidade escolar. "O momento é ainda de consternação", afirmou. 

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Quando chegou, a coordenadora Simone Maulaz foi rodeada de alunos e pais. Entre abraços, ela sempre dizia: "Eu preciso de vocês". Em entrevista, ela afirmou que o sentimento ainda é de muita tristeza e dor. "Não é fácil ainda lembrar", declarou.

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Em meio a uma multidão de branco, o clima era de tristeza, apoio e solidariedade na porta do Colégio Goyases, em Goiânia Foto: Estadão

Sentada, a diretora Roseli Rizzo - ou tia Rose, como é chamada - recebia carinho da comunidade que se intitula "família Goyases" e chorou durante todo o culto ecumênico. 

Familiares de duas vítimas que ainda estão internadas no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) compareceram. O jovem de 13 anos que recebeu alta hospitalar no domingo, 22, também foi com sua família. Autoridades, como o governador em exercício José Eliton (PSDB) e a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, também foram ao local.

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Ao final, a ex-aluna do colégio Elisa Marques, de 23 anos, discursou sobre sua relação com a escola e em defesa da unidade educacional.

"Quem nunca pisou aqui não tem direito de falar da instituição. Se tem algo que esse colégio nunca negligenciou foi um ouvido para escutar, um abraço quando nem sabia que precisava", disse Elisa. 

Com camisetas escrito 'paz', professores, pais e alunos participaram de um culto ecumênico em homenagem às vítimas da tragédia que atingiu a escola Foto: Estadão

Bullying

O adolescente de 14 anos que realizou o ataque disse em depoimento à polícia que sofria bullying na escola. A coordenadora Simone voltou a afirmar que nunca chegou nada a ela sobre algo sofrido pelo estudante.

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"Nunca foi levado a escola por parte dele nenhum questionamento", afirmou Simone. Sobre o bullying, ela disse ser preciso que no âmbito da educação os pais estejam mais presentes nas escolas. "Precisamos estar mais unidos."

O diretor Rizzo explicou que em outro momento vai discutir junto à comunidade escolar todas as questões que estão sendo levantadas, como o bullying.

"Vamos estar dispostos a todos depois para podermos contribuir nessa situação e dar novos caminhos para que nossa sociedade melhore", afirmou. 

Tristeza e esperança

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"Eu ensinei minha filha a caminhar e agora ela vai me ensinar a andar como ela vai andar." O depoimento é da mãe de uma das vítimas do ataque a tiros. A adolescente de 14 anos foi baleada em sala de aula e corre o risco de ficar paraplégica, como confirmou a família.

Muito emocionada, a mulher não conseguiu concluir sua fala. Amparada pelo filho, ela elogiou o Colégio Goyases, onde tudo aconteceu, e disse acreditar em um milagre. "Eu acredito que Deus vá recuperar a coluna de minha filha", afirmou. 

De acordo com ela, a filha também pede pela recuperação. "Ela disse: 'Mamãe, fala para os médicos que eu quero minhas pernas de volta, que eu quero andar'."

Além da coluna, a jovem está com problema no pulmão, que também foi atingido, segundo a mãe. A adolescente continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hugo.

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O tio da estudante Colemar Santos dirigiu fala ao governador de Goiás em exercício, presente no local, pedindo para que o governo faça de tudo para que a jovem volte a caminhar. "Queremos que, se tiver chance de andar com tratamento em qualquer lugar do mundo, que o Estado possa ajudar", afirmou.

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