O escritor italiano Roberto Saviano, autor do best-seller Gomorra, que denuncia a máfia napolitana, afirmou que quer deixar a Itália porque não agüenta mais viver com proteção armada. Veja também: Máfia italiana jura de morte o autor de 'Gomorra' até o Natal Procuradores investigam ameaça da máfia contra escritor italiano Leia sobre o filme 'Gomorra no blog do Merten O livro vendeu 1,2 milhão de cópias na Itália, foi traduzido para 42 línguas e sua adaptação para o cinema foi nomeada para concorrer ao Oscar. O crítico de cinema do Estado Luiz Carlos Merten comenta o filme em seu blog: "Gomorra tem um lado Cidade de Deus, mostrando como opera a Camorra, a Máfia napolitana, recrutando jovens para atividades criminosas que incluem o controle das drogas e da indústria do vestuário clandestino, as imitações de grifes famosas". O autor do livro que inspira o filme afirma, em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica, ser uma "vítima do próprio sucesso". Desde o lançamento de Gomorra, em 2006, o autor, de 28 anos, vive com proteção policial armada durante 24 horas diariamente porque recebe ameaças da Camorra, como é conhecida a máfia napolitana. "Quero a minha vida de volta. Quero andar pelo sol e pela chuva, me apaixonar, beber uma cerveja em público, encontrar minha mãe sem que ela fique com medo", disse o escritor ao jornal. Acima de tudo, Soviano afirmou que quer continuar escrevendo e que, no momento, o único modo de fazer isso é deixar a Itália. Na terça-feira, os jornais italianos disseram que o clã mais notório da máfia local, o Casalesi, teria passado da ameaça de morte para a fase de operação do plano para assassinar o escritor. Segundo os jornais, a intenção seria matar o escritor antes do Natal. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC