UNIÃO E APOIO POPULAR
Sob o discurso da união, Dilma terá de ampliar seu apoio popular, principalmente entre a nova classe média, para tocar mudanças que já vinha propondo, caso da reforma política, sugerida pela presidente logo após o ápice das manifestações populares de junho, no ano passado.
A presidente voltou a defender a reforma neste domingo, mas encontrará obstáculos pela frente para concretizar a proposta.
"Não vai ser fácil, não... Ela vive falando em plebiscito (para a reforma política). Mas quem convoca plebiscito é o Congresso. E com um Congresso fragmentado, vai ser muito difícil", afirmou o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB).
Fleischer prevê um ano "muito difícil" para Dilma em 2015, principalmente pela pecha de "inimiga do setor privado".
A boa notícia para a presidente é que pelo menos a forte polarização evidenciada nestas eleições tende a suavizar passado o confronto eleitoral.
"Sem um estímulo dos debates, da propaganda eleitoral, a tendência é que a polarização da população diminua", explicou o diretor do Centro de Pesquisas de Análise de Comunicação, Rubens Figueiredo.
Mas ele também lembrou que a presidente e o PT vão ter que praticar esse entendimento. “O discurso é excepcional e é isso que o Brasil precisa, mas na prática não é isso que temos visto."
(Reportagem adicional de Gustavo Bonato, Pedro Fonseca e Vinícius Cherobino)