RIO - A Polícia Civil do Rio chegou ao médico anestesista colombiano Andres Carrillo – preso nesta segunda, 16, por abuso sexual contra duas mulheres - a partir de provas que o profissional produziu contra si mesmo. Conforme a investigação, imagens de estupros cometidos por ele - e gravados em seu telefone celular - foram localizadas pela Polícia Federal. O material estava em meio a 20 mil arquivos de pornografia infantil de Carrillo. A partir da descoberta, a Polícia Civil fluminense foi acionada.
Com base nos metadados das mídias - informações que incluem data da gravação e local, por exemplo -, os policiais identificaram as unidades hospitalares onde ocorreram os dois estupros. Depois, cruzaram informações para chegar às vítimas.
De acordo com a Polícia Civil, um dos casos aconteceu no Hospital Estadual dos Lagos - Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema. O outro no Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os crimes foram praticados em 2020 e 2021.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que o hospital “colaborou com a Polícia Civil na investigação que levou à prisão do médico”. E ainda que “todas as informações solicitadas pela polícia foram levantadas e repassadas”. Ainda segundo a secretaria, Carillo deixou de atuar na unidade em setembro de 2021.
Também por meio de nota, o Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho informou que “está colaborando com a Coordenação de Relações Institucionais e Articulações com a Sociedade (Corin), que foi acionada para o caso, que está sob sigilo judicial”.
Curso
O hospital da UFRJ informou ainda que Carillo frequentou um curso técnico (semelhante a uma especialização) na unidade entre março de 2018 e fevereiro de 2021. O curso, que sempre oferece uma vaga para estrangeiros, dá um certificado que permite que ele participe de cirurgias e/ou procedimentos sempre com a supervisão de um profissional responsável. Para fins de registro no Cremerj como especialista no Brasil, o certificado precisa ser reconhecido em seu país de origem.
O Estadão não localizou a defesa do médico.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.