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Apagão cibernético global afeta voos e aeroportos no Brasil? Saiba mais

Nesta madrugada, diversos países tiveram interrupção em sistemas de companhias aéreas, empresas de mídia e bancos; empresas no Brasil recomendam fazer check-in com antecedência

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Foto do author Giovanna Castro
Foto do author José Maria Tomazela
Atualização:

Um apagão cibernético global afetou diversos países na madrugada desta sexta-feira, 19 (horário de Brasília), com efeitos em serviços de banco, de voos e de mídia. No Brasil, não há relatos de atrasos em voos, mas companhias aéreas orientam chegar e fazer o check-in com antecedência para evitar eventuais transtornos. Já os aplicativos de bancos, como o Bradesco, tem apresentado falhas.

Em Berlim, o aeroporto de Brandemburgo ficou congestionado após voos serem temporariamente suspensos por conta da falha tecnológica. Foto: Ralf Hirschberger/AFP

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Procurada pelo Estadão, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras informou que “devido intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas, alguns voos podem sofrer atrasos pontuais”.

A recomendação da companhia é de que clientes que têm voo nesta sexta-feira e ainda não realizaram o check-in cheguem ao aeroporto mais cedo e dirijam-se ao balcão de atendimento da Azul. “A Azul lamenta eventuais transtornos causados aos clientes”, afirma a companhia aérea.

A Gol Linhas Aéreas afirma que seus sistemas e operações nos aeroportos não foram impactados até o momento.

Já a Latam Airlines disse que “até o momento a operação não registrou impactos diante da queda massiva de sistemas relacionados à Microsoft a nível mundial”.

“O Grupo Latam recomenda aos seus passageiros que verifiquem o status dos voos como medida de precaução em https://www.latamairlines.com/br/pt/minhas-viagens.” A companhia aérea disse que “lamenta os inconvenientes que essa situação, alheia à sua responsabilidade, possa causar aos seus passageiros”.

A Aena - concessionária responsável por 17 aeroportos no Brasil, incluindo o de Congonhas, em São Paulo - informa que os sistemas de todos os terminais sob sua gestão no Brasil “estão funcionando normalmente e não houve impactos às operações de pouso e decolagem”.

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Ainda conforme a empresa, os oito voos com decolagens atrasadas nesses terminais nesta sexta - a maioria no Aeroporto de Recife - são “por questões das companhias aéreas”.

Já a GRU, responsável pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, informa que as operações seguem normalmente.

Conforme a Infraero, devido à intermitência no sistema de check-in, algumas empresas estão fazendo o procedimento de forma manual no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. As empresas aéreas reportaram que esta intermitência é a nível nacional. Até o momento, nenhum outro impacto foi registrado terminal carioca.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diz monitorar a situaçã. “É importante destacar que, em casos de atrasos de voo, cancelamento ou interrupção do serviço, aplicam-se as disposições da Resolução 400 da Anac”.

Pela norma, quando um voo sofre atrasos acima de 30 minutos ou é cancelado, a empresa aérea deve cumprir uma série de procedimentos:

- manter o passageiro informado a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos atrasados;

- informar imediatamente a ocorrência do atraso, do cancelamento e da interrupção do serviço;

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- oferecer gratuitamente, conforme o tempo de espera, assistência material;

- oferecer reacomodação e reembolso integral, cabendo a escolha ao passageiro, quando houver atraso de voo superior a 4 horas ou cancelamento.

A assistência material é oferecida nos casos de atraso, cancelamento, interrupção de voo e preterição (negativa) de embarque. A assistência deve ser oferecida gratuitamente pela aérea, independentemente dos motivos do atraso/cancelamento/preterição. Ela será fornecida conforme o tempo de espera, contado a partir do momento do atraso, cancelamento ou preterição de embarque:

- A partir de 1 hora: comunicação (internet, telefone etc.);

- A partir de 2 horas: alimentação (voucher, refeição, lanche etc.);

- A partir de 4 horas: hospedagem (só em caso de pernoite no aeroporto) e transporte de ida e volta. Se o passageiro estiver no local de seu domicílio, a empresa pode oferecer só o transporte para sua residência e de sua casa para o aeroporto.

O que causou o apagão cibernético global?

Diversos países reportaram problemas técnicos que afetaram redes de televisão nacionais, aeroportos internacionais, operadoras ferroviárias, bolsas de valores e outros serviços nesta sexta-feira. A autoridade nacional de cibersegurança da Austrália anunciou que várias empresas foram afetadas por um “apagão técnico em larga escala” e companhias nos Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Nova Zelândia, Índia, e Holanda também reportaram dificuldade.

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A interrupção foi atribuída à CrowdStrike, empresa de segurança cibernética cujo software é usado por dezenas de indústrias ao redor do mundo para proteger contra hackers e violações externas. Uma atualização falha de um software chamado Falcon Sensor, emitida pela CrowdStrike, estaria na raiz do problema, resultando em travamentos de máquinas que executam o sistema operacional Microsoft Windows.

A informação foi divulgada pelo pesquisador e consultor independente de segurança cibernética Lukasz Olejnik. De acordo com ele, não há indícios de que o apagão esteja relacionado a um ataque hacker. Embora uma correção atualizada já tenha sido enviada aos computadores, Olejnik afirma que não estava claro quanto tempo levaria para resolver o problema.

Em comunicado, a empresa americana Microsoft afirmou que estava adotando medidas para solucionar a situação. “Os nossos serviços continuam observando melhorias contínuas enquanto seguimos adotando medidas de mitigação”, escreveu a empresa na rede social X (antigo Twitter).