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Após enchente, turismo em Peruíbe cai 80%

Comércio vê situação crítica porque 70% do movimento depende de turistas

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Por Rejane Lima
Atualização:

As águas baixaram, mas as imagens que mostraram Peruíbe submersa afastaram os turistas. Quase três semanas após a enchente, a cidade do litoral sul, que teve estado de calamidade decretado no dia 15, sofre com a queda de até 80% no movimento de turistas. "O problema econômico é pior que o social. Teve gente dizendo que 100% das reservas foram canceladas", afirmou o diretor-presidente da Associação Comercial de Peruíbe, Geraldo Bomvechio, que calcula perdas diárias de R$ 4 milhões no carnaval. A cidade tem 40% dos imóveis destinados a veraneio e cerca de 5.500 leitos em hotéis. "Hoje a cidade vive do turismo, é praticamente 70%", explicou Bomvechio, calculando que a ocupação hoteleira está 60% inferior à do carnaval anterior. Ao contrário do que ocorreu em Peruíbe, a média de reservas dos hotéis da Baixada Santista para o carnaval é de 70%. E a expectativa é de 90% de lotação, segundo o sindicato dos hotéis, restaurantes e bares de Santos, Sindhorbs. Administrador de pousadas em Peruíbe, Miguel Camargo acredita que o seu setor é o mais prejudicado, pela facilidade de um turista trocar a reserva. "Temos 40% de vagas ocupadas, muita gente solicitou o cancelamento com devolução de reserva. Normalmente, não há devolução, mas, por causa do estado de calamidade, optamos por devolver." Ele disse que o argumento de que os estragos da chuva se restringiram à periferia da cidade não convenceu aos clientes. A situação não está melhor para o ramo imobiliário. O telefone da Fábio Imóveis está sem tocar, segundo a sócia-proprietária Daniela Americano da Costa. "Eu sempre aluguei muito. Nesta época nunca foi assim." Ele disse que, das 50 casas que tem em carteira, só conseguiu alugar 11. O diretor da associação comercial destacou que a cidade, diferentemente das vizinhas, não teve falta d?água e registrou poucos casos de queimaduras por águas-vivas. "O comércio, até 5 de janeiro, estava considerando a temporada a melhor de todos os tempos." Agora, disse Bomvechio, as perdas de restaurantes, lanchonetes e quiosques giram em torno de 40%. A prefeita Julieta Omuro (PMDB) não relaciona a fuga de turistas à enchente, mas à falta de sol. Ela disse ainda que o município recebeu do Estado verbas para suprir 32% dos prejuízos, calculados em R$ 11 milhões. O município obteve R$ 1,35 milhão da Defesa Civil para obras na contenção de encostas e recuperação da Ponte do Perequê, R$ 500 mil para a recuperação de infra-estrutura e a confirmação de que o Estado fará as obras necessárias na estrada do Guaraú.

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