Ataque em Aracruz: Adolescente diz ter se preparado com base em vídeos da internet; polícia apura

Delegado investiga se o atirador recebeu algum treinamento presencial para manusear armas e planejar o ataque, que deixou quatro mortos

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Rodolpho Paixão e Fabiana Cambricoli
Atualização:

O atirador de 16 anos que invadiu duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, na sexta-feira, 25, matando ao menos quatro pessoas, disse em depoimento à Polícia Civil que se preparou para os ataques com base em vídeos disponíveis no YouTube, informação que será apurada pelos investigadores.

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Para o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, José Darcy Arruda, o adolescente pode realmente ter aprendido a manusear as armas com base em vídeos, mas existe também a possibilidade de ele ter recebido instruções de maneira presencial, o que será investigado. “O adolescente disse em depoimento que aprendeu pelo YouTube, mas ele pode ter aprendido de forma presencial ou virtual. Iremos apurar como foi”, confirmou Arruda.

Sobre a motivação do crime, o delegado disse ainda não ter uma conclusão: “Ainda estamos investigando e buscando, porém a literatura nos diz que o atirador ativo geralmente são pessoas mentalmente perturbadas, se isolam e tem tendências a se ligar a grupos extremistas e, quando agem, não têm alvo definido”.

Uma coletiva de imprensa sobre a investigação está marcada para acontecer na manhã desta segunda-feira, 28, na Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Escola privada foi um dos alvos do ataque do adolescente de 16 anos Foto: Kadija Fernandes/AFP

Três feridos seguem em estado grave

Além das quatro vítimas fatais do atirador, outras sete pessoas feridas no atentado permaneciam internadas neste domingo, três delas em estado grave.

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De acordo com boletim da Secretaria Estadual da Saúde, que informa sobre o estado de saúde das cinco vítimas hospitalizadas em hospitais da rede estadual, duas mulheres, de 52 e 45 anos, permanecem internadas na UTI do Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, em estado grave.

Uma adolescente de 14 anos também está entubada e em estado grave e recebe assistência no Hospital Estadual Nossa Senhora da Glória - Infantil de Vitória. Outra vítima menor de idade - um menino de 11 anos - teve melhora no quadro e agora está em unidade semi-intensiva.

Uma mulher de 58 anos, internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas, está estável e aguarda “melhora de feridas em membro inferior para ser submetida à nova cirurgia”, de acordo com a secretaria.

Outros dois feridos estão internados na rede privada, na enfermaria do Hospital São Camilo de Aracruz, com quadro estável, segundo nota do estabelecimento de saúde.

Três professoras e uma aluna foram mortas no ataque

Três professoras e uma estudante de 12 anos foram mortas nos ataques do atirador a duas escolas do município capixaba.

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Ostentando uma suástica – símbolo nazista – em um dos braços, além de roupa tática e duas armas (uma pistola .40 e um revólver 38 pertencentes ao pai policial), o atirador entrou primeiramente na Escola Estadual Primo Bitti, se dirigiu à sala dos professores, onde fez as suas duas primeiras vítimas fatais e feriu outras nove pessoas. As docentes Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos, e Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, de 48, morreram no local.

Em seguida, o adolescente se dirigiu ao Centro Educacional Praia de Coqueiral, onde assassinou a estudante Selena Sagrillo, de 12 anos.

A professora Flávia Amboss Merçon, de 38 anos, foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu um dia depois dos ataques.

Apreendido em casa após os ataques, o menor de idade foi encaminhado para uma unidade prisional na Grande Vitória. A Polícia Civil do Espírito Santo afirmou na sexta, antes da confirmação do quarto óbito, que ele deverá responder por ato infracional correspondente aos crimes de 10 tentativas de homicídio qualificada e três homicídios qualificados, todos com o agravante de por motivo fútil e com impossibilidade de defesa da vítima.

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