Aulas de gestão, letramento racial e intercâmbio: empresas formam mais líderes negros

Movimento pela Equidade Racial (Mover) oferece programas de capacitação para profissionais de 50 companhias comprometidas com a diversidade na liderança

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Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

Como aumentar o número de lideranças negras nas empresas? Uma das saídas é a capacitação dos profissionais com ferramentas e competências exigidas pelo mercado, acelerando o desenvolvimento de carreira. Essa é uma das premissas do programa ProLíder, uma das iniciativas do Movimento pela Equidade Racial (Mover) para formar mais lideranças negras.

O Mover reúne 50 empresas que compartilham boas práticas para promover e acelerar a diversidade, equidade e inclusão já em curso nas próprias companhias.

Programa de Aceleração em Inglês, do Mover, foi concluído por cerca de 300 profissionais Foto: Cléo Martins / Mover

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Até o momento, cerca de 800 profissionais já foram formadas: 100 em 2022; 200 em 2023 e, agora, em 2024, 500 pessoas concluíram a capacitação.

Esta é apenas uma das iniciativas de formação de lideranças do Mover. Considerando-se outros projetos, o total de beneficiadas por iniciativas com esse fim em 2024 é de 2,5 mil. Em média, 30% dos alunos das primeiras turmas já foram promovidos a cargos de liderança.

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O Mover pretende criar mais dez mil posições de liderança (supervisor, coordenador, gerente, diretor e vice-presidente) até 2030. Para isso, as empresas associadas têm o compromisso de aumentar a participação de negros e negras.

A partir da metodologia do Instituto Four, a iniciativa forma exclusivamente profissionais negros em módulos presenciais, com aulas nas próprias empresas. Entre os principais temas estão abordagens sobre racismo estruturante e letramento racial; liderança e gestão e exercícios práticos sobre os conhecimentos adquiridos.

“O objetivo é oferecer ferramentas para que os profissionais se sintam desenvolvidos e empoderados para evoluir na carreira, mudando o paradigma de liderança nas grandes empresas”, afirma Luciene Rodrigues, gerente de Relações Institucionais do Mover.

Uma das beneficiadas pelo ProLíder foi Priscila Nicolau, gerente de segurança no transporte da Dow. “É mais um degrau dessa montanha que tenho escalado. Isso significa muito para mim. Hoje, eu me sinto muito mais convicta e confiante para apresentar minhas ideias e perspectivas. Sou ativa nas reuniões. Antes, eu era ouvinte”.

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O programa também contribui para uma nova visão do próprio trabalho. Foi o que aconteceu com Valterly Martins Silva, 42 anos, supervisor de produção na BRF Uberlândia. Seu cargo não ainda mudou; mas sua visão do negócio, sim. “Antes, eu não me via capaz de almejar um cargo melhor e achava que os cargos acima estavam em uma realidade distante. O programa fez com que eu me visse tão capaz como qualquer um e a acreditasse no meu potencial”

Valterly conta que também mudou a maneira como é visto pelos colegas. “Eu me tornei uma referência. Alguns queriam até tirar foto comigo. Alguns me procuram para falar sobre assuntos relacionados à formação. Comecei a olhar para outras pessoas negras de forma diferente e a dar oportunidade para os que precisavam de alguma força”.

Programa de Aceleração de Inglês

O Mover também desenvolve um programa de Aceleração em Inglês, em parceria com a Education First. Considerando o domínio da língua inglesa como um dos fatores essenciais para o desenvolvimento de novos líderes, a aceleração é aberta aos participantes do ProLíder.

No mês de julho, cerca de 300 funcionários das empresas associadas ao movimento, das turmas de 2022 e 2023, concluíram o programa. Neste ano, mais 500 profissionais participaram da capacitação.

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Na formatura, foram anunciados cinco ganhadores de um intercâmbio no Reino Unido, etapa importante do aprendizado. Os ganhadores foram selecionados a partir do bom desempenho no curso, que teve um ano de duração.

“Eu estava super focada. Abdiquei de várias coisas. Fiz todos os níveis. É um momento de orgulho para toda minha família e as pessoas que vieram antes de mim”, afirma Renata Porfirio Marchetto, de 30 anos, coordenadora de comunicação e sustentabilidade da Renner.

“É um sonho não sonhado. Vou buscar explorar essa oportunidade no Reino Unido. A educação nos eleva a outros patamares”, afirma Priscila Nicolau.

* Este conteúdo foi promovido em parceria com o Mover, organização que reúne 50 empresas que compartilham boas práticas de aceleração da diversidade, equidade e inclusão

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