Um avião turboélice bimotor de pequeno porte caiu por volta das 9 horas deste domingo, 22, em Gramado, na serra gaúcha, na região da Avenida da Hortênsias. Segundo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), não há sobreviventes. Dez pessoas estavam no avião, segundo a Polícia Civil do Estado: o empresário Luiz Claudio Galeazzi, sua mulher, três filhas, a sogra, outro casal e duas crianças.
Segundo informações da Infraero, o avião havia acabado de decolar na cidade de Canela, no Rio Grande do Sul, e estava indo para Jundiaí, interior de São Paulo. Chovia e havia neblina na hora do acidente na região.
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Ao menos 17 pessoas que estavam na área em que o avião caiu foram levadas ao Hospital de Gramado. O avião atingiu a chaminé de um prédio, o segundo andar de uma casa - onde havia uma pessoa, que saiu sem ferimentos - e depois uma loja vazia.
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Os destroços também atingiram uma pousada, onde duas pessoas já foram resgatadas com vida. Por pouco o avião não atingiu um posto de combustível.
Registro da aeronave na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que o veículo pertencia a Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, administrador da Galeazzi e Associados.
A empresa foi fundada por Claúdio Galeazzi, pai de Luiz Cláudio, que administrou empresas como Pão de Açúcar e BRF. A mulher de Cláudio Galeazzi e mãe de Luiz, Maria Leonor Salgueiro Galeazzi, morreu em 2010 em um acidente aéreo.
O governador Eduardo Leite está em Gramado para acompanhar o trabalho das forças de segurança. A avenida em que aconteceu o acidente é uma das mais movimentadas do centro turístico da cidade, que tem diversas atrações na época do Natal.
Segundo ele, a loja foi completamente destruída e o corpo do avião está no interior dela.
A Infraero informou que a aeronave partiu do Aeroporto de Canela às 9h15, com destino à Jundiaí. O prefixo era PR-NDN, segundo o órgão.
De acordo com o registro na Anac, o avião foi fabricado em 1990 e tinha 9 assentos. Não possuía restrições e tinha situação de aeronavegabilidade normal. A validade do chamado Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade venceria somente em 25 de março de 2025.
Segundo a secretaria de Segurança, pelo menos 14 pessoas foram encaminhadas para o hospital da cidade, a maioria em razão de ter inalado fumaça do incêndio provocado pelo acidente.
O governador Leite informou ainda duas pessoas estão em estado grave, dentre as que foram resgatadas em solo, por causa de queimaduras. “Trabalhamos, além de tudo, para fazer o trabalho da perícia com a agilidade possível. É uma situação que exige muito cuidado, muita cautela para a remoção da estrutura da aeronave, evitando um colapso e estabilizando a área que está com muita estabilidade, no prédio que foi atingido”, afirmou, em vídeo nas redes sociais.
Segundo ele, o governo enviou maquinário especializado ao local para fazer a remoção da estrutura da aeronave e corpos. Equipes atuam neste momento.
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A loja chamada Boutique do Móvel informou em suas redes sócias que não havia ninguém no local no horário do acidente, por volta das 9 horas.
A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) informou que a ERS-235 (Avenida das Hortênsias), em Gramado, está com o fluxo de veículos totalmente bloqueado por conta do acidente. “Ao longo das próximas horas seguiremos atualizando as informações e possíveis rotas alternativas”, escreveu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou solidariedade aos familiares dos mortos no acidente e desejou rápida recuperação aos feridos. “A Aeronáutica investiga as causas do acidente e o governo federal está à disposição do governo do estado e autoridades locais para esclarecermos o mais breve possível.”, afirmou
O Ministério dos Portos e Aeroportos comunicou que recebeu a notícia do acidente com pesar. “Os órgãos competentes já estão mobilizados para prestar o apoio necessário às famílias e iniciar o processo das investigações para apurar as causas do ocorrido”, afirmou em nota.
O governo federal informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi acionado para investigar as causas do acidente. “Na ação inicial são realizadas a coleta e a confirmação de dados, além da verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave”, informou em nota.