Avião registrado por Gusttavo Lima e vendido para dono de bet é apreendido pela polícia

VaideBet diz cumprir a lei e cita ‘surpresa’ com mandado; operação liderada pela polícia de Pernambuco também prendeu a influenciadora Deolane Bezerra, que fala em ‘injustiça’

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Foto do author Isabela Moya
Atualização:

Um avião foi apreendido, em Jundiaí, interior de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 4, durante a Operação Integration, comandada pela Polícia Civil de Pernambuco, que investiga lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais. Na mesma operação, foi presa a influenciadora digital Deolane Bezerra - que diz ser vítima de “injustiça”.

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A aeronave está registrada no nome da empresa Balada Eventos, do cantor Gusttavo Lima, mas é operada pela empresa JMJ Participações, cujo proprietário é José André da Rocha Neto, também dono da VaideBet. A apreensão da aeronave foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa de apostas esportivas, que diz cumprir a lei e estar à disposição das autoridades.

Já a assessoria do artista sertanejo afirmou que o avião foi vendido para a JMJ, mas acrescentou que o registro ainda consta em nome da empresa de Gusttavo Lima enquanto aguardam a documentação sair.

A aeronave de Gusttavo Lima, vendida para o dono da Vai de Bet, foi apreendida em Jundiaí, no Estado de São Paulo. Foto: Divulgação/SSP

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirma que a parte vendedora (empresa Balada Eventos, do cantor) ainda detém a propriedade e posse indireta do avião enquanto o pagamento integral não é concluído, com o comprador (JMJ, do dono da VaideBet) tendo apenas a propriedade direta. A aeronave é um Cessna Aircraft, fabricada em 2008.

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A VaideBet, registrada em Curaçao (onde muitas empresas de apostas esportivas mantêm sede), tem Gusttavo Lima como patrocinador oficial e garoto-propaganda. A empresa diz trabalhar em conformidade com a legislação.

A polícia de Pernambuco investiga um grupo ligado a bets (sites de apostas esportivas, que são regulares), mas afirma que o alvo da investigação são os jogos de azar que funcionam de forma ilegal.

Também foi apreendido nesta quarta um carro de luxo em um condomínio de alto padrão de Baureri (SP), além de dezenas de imóveis, embarcações, veículos e objetos de valores em várias regiões do País. “Só em um alvo, a gente encontrou 11 relógios da marca Rolex”, disse o delegado-geral da Polícia Civil pernambucana, Renato Rocha.

Além de 19 mandados de prisão, a Operação Integration cumpre 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foram bloqueados ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.

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Vaidebet diz cumprir a lei e diz estar ‘à disposição das autoridades’

A VaideBet informou, em nota, que acompanha a operação e diz se colocar plenamente à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem solicitados quanto à atuação da empresa e de seus sócios. “A marca, no entanto, ressalta que recebeu com surpresa o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado nesta quarta-feira, uma vez que desde o ano passado se prontificou em contribuir com as investigações, tendo previamente indicado os endereços e contatos pertinentes”, afirma.

“As atividades da empresa até aqui são pautadas pelo estrito cumprimento da legislação vigente e já estão adequadas à regulação do setor para 2025. Ainda no mês de agosto, o Grupo BPX, empresa detentora da marca VaideBet, deu entrada no requerimento da licença junto ao governo federal para obtenção da outorga para atuação regularizada no Brasil a partir do início do próximo ano”, conclui.

Investigações começaram em 2023

As investigações conduzidas pela Polícia Civil de Pernambuco tiveram início em 2023. Conforme o inquérito, a organização criminosa usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio, seguros e outras para lavagem de dinheiro feita por meio de depósitos e transações bancárias.

A suspeita é de que a quadrilha use tanto as casas de apostas online (bets) regulares, quanto os jogos de azar ilegais para as práticas criminosas.

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“A ilegalidade dessa organização está ligada a esses jogos que não são autorizados legalmente”, disse o delegado-Geral da Polícia Civil de Pernambuco, Renato Rocha. “Várias células da organização criminosa também operavam no ramo de bets. Mas o básico, o crime de origem, a gente ressalta que diz respeito a esses jogos que não são autorizados pela legislação brasileira”, prosseguiu.

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