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Bairrista por vocação, explorador por opção

Tiago montou sua vida em torno de Santana, mas começa, aos poucos, a cruzar a 'fronteira'

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Por Redação
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O atarefado fisioterapeuta Tiago Vasconcellos, de 28 anos, é um homem-zona norte. Mora na Parada Inglesa, faz natação no Sesc Santana, é um dos seis donos de uma clínica também em Santana e quando, ao fim do expediente, se propõe a relaxar, dirige por dez minutos e encosta na Avenida Dumont Villares, no bairro de... Sim, Santana.Para o fisioterapeuta, sua rotina exemplifica uma conhecida definição da metrópole - aquela, de que "há muitas cidades dentro de uma só". "Consigo fazer tudo no meu bairro. Todas as opções estão ao redor, gastronomia, diversão, esporte. E não é bairrismo, em outras regiões da cidade é igual", disse o fisioterapeuta, após outro dia de trabalho na clínica, onde recebeu a grafiteira com dor no punho.Formado em 2004 na Universidade São Camilo, o fisioterapeuta vê seu ofício como uma das profissões "do futuro" - mas o que ele quer não é curar lesões, e sim evitar que aconteçam. Fundou, no fim do ano, uma empresa de ginástica laboral e ergonomia. "Vamos entender a dinâmica do trabalho nas empresas conveniadas, para tentar prevenir os problemas físicos nos funcionários", explica ele, cuja clínica atende até 150 pacientes por dia. "Já pensou prevenir tudo isso?"Embora passe boa parte do tempo na zona norte, Tiago diz gostar da cidade inteira. Nos últimos tempos, conta, "até tem ido" a outros bairros, principalmente em busca de lazer e opções culturais. "Levei minha namorada num show de stand-up comedy no Teatro Shopping Frei Caneca, e frequento o Ibirapuera pelo menos duas vezes por mês."Tiago só se ressente de conhecer pouco o centro da cidade. "Justamente o lugar de mais história, eu conheço pouco. E isso é incrível, porque vem gente de fora só para visitar o centro, para ver os prédios históricos e tudo o mais. E eu, paulistano, só fui ao Pátio do Colégio uma vez, e nem lembro direito..."Quando se deu conta disso, Tiago decidiu mudar. Em dezembro, debutou no Mercado Municipal, tradicional ponto de comércio de alimentos da capital, fundado em 1933. "Comi pela primeira vez o sanduíche de mortadela."A próxima visita, ele conta, será ao Terraço Itália, no segundo edifício mais alto da cidade. "Todos falam de lá, da boa comida, da música, da vista. Deve dar para ver tudo de lá, deve ser uma boa forma de redescobrir minha cidade."Tiago pretende ir ao Terraço Itália antes do carnaval e num fim de tarde, para "tentar pegar o por do sol". Nesse dia, para chegar ao topo, terá de dividir espaço no elevador com um bem-humorado homem de voz grossa, cujo maior orgulho é apertar, o dia inteiro, o botão de nº 41.

 

 

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