A governadora Benedita da Silva (PT) decidiu revogar a aposentadoria, por invalidez, do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Braz, que havia sido publicada no Diário Oficial do Estado no último dia 23. Em nota, ela esclarece que "a decisão foi tomada para que não haja perda de continuidade nos atos do comandante, e assim ele permaneça em pleno exercício do comando até o dia 31 de dezembro". Após reunião com a governadora, Braz aceitou fazer novos exames para confirmar se há mesmo surdez provocada pela função de instrutor de tiro da PM, como atestara laudo da corporação. A nota informa que "considerando que a sociedade indaga sobre o amparo legal da reforma do comandante, a governadora decidiu esclarecer o cumprimento desta lei em outras administrações, a exemplo das reformas dos coronéis Dorasil Corval, no governo Marcello Alencar (PSDB), e Wilton Ribeiro, na administração do ex-governador Anthony Garotinho (PSB)". Os dois exerceram o mesmo cargo de Braz e, assim como o atual comandante, também se aposentaram alegando surdez, no fim do mandado dos respectivos governos. A governadora decretou ainda que todos os servidores públicos do Estado reformados por invalidez nos últimos cinco anos se apresentem no prazo de 30 dias para que sejam feitas novas avaliações médicas. O comandante da PM disse que não é surdo, mas tem uma perda de audição "gradual, progressiva e irreversível". Ainda segundo ele, a lesão foi adquirida no exercício da profissão - Braz está há 35 anos na corporação. "Quero esclarecer à população que esse ato é absolutamente legal. Eu não sou hipócrita de não buscar um direito que todo trabalhador tem", disse o comandante, em entrevista ao telejornal RJTV. Braz afirmou que faria um novo exame "para provar a perda auditiva" na tarde de ontem, em um instituto médico independente da Polícia Militar.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.