O governo brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) formalizaram o acerto para compra pelo Brasil de até US$ 10 bilhões em Notas emitidas pela instituição para ampliar a capacidade de empréstimo de socorro a países com problemas de balanço de pagamentos. O acordo foi assinado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e pelo diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. "A compra de Notas, que será operacionalizada pelo Banco Central, envolverá a aquisição de ativos emitidos pelo FMI e imediatamente conversíveis em moedas de liquidez internacional, se necessário. As Notas serão denominadas em direitos especiais de saque (DES). Assim, a operação apenas alterará a composição das reservas internacionais do País, contribuindo para sua diversificação", disse o BC. Ou seja, trata-se de uma modalidade alternativa de aplicação de parte das reservas internacionais brasileiras, que renderá juros correspondentes à média ponderada das taxas de curto prazo dos Estados Unidos, zona do euro, Japão e Reino Unido. As reservas brasileiras estão em torno de US$ 241 bilhões. Ao mesmo tempo, a operação reforça o poder de fogo para o FMI ajudar os países em dificuldade financeira - medida acertada pelo G-20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, durante o turbulento ano de 2009. O G-20 previu aporte de US$ 500 bilhões do Fundo pelo conjunto dos países do grupo. Segundo o BC, a aquisição dos títulos do FMI será feita conforme a necessidade do Fundo, que é analisada trimestralmente pela instituição.O vencimento dessas Notas se dará três meses após sua emissão, "com renovação automática por períodos adicionais de três meses, salvo manifestação em contrário do Fundo, até o prazo máximo de cinco anos". A operação não muda a participação do Brasil na distribuição das cotas do FMI.
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