O Brasil ocupa a 146ª posição em um ranking sobre a participação das mulheres nos Parlamentos em 192 países do mundo, divulgado pela organização internacional União Interparlamentar, com sede em Genebra, na Suíça. O ranking, que considera os Parlamentos unicamerais ou as Câmaras Baixas nos demais países, mostra ainda que na América Latina o Brasil fica apenas à frente de Haiti e Colômbia no que se refere à proporção de mulheres deputadas. Segundo os cálculos da organização, baseados nos dados de 1º de janeiro deste ano, a Câmara dos Deputados do Brasil conta com 9% de mulheres (46 dos 513 deputados). Essa proporção é mais baixa do que todas as médias por regiões calculadas pela União Interparlamentar, incluindo os países árabes, com média de 9,6%. Nas Américas, a média é de 20,7%, enquanto a média mundial ficou em 17,9%. O Brasil tem uma situação um pouco melhor no Senado, com 10 mulheres entre os 81 senadores (12,3% do total). Porém os números do Senado não foram considerados para o cálculo do ranking, já que muitos países não têm uma Câmara Alta no Parlamento. Leis O ranking de mulheres no Parlamento é liderado por Ruanda (48,8% de mulheres deputadas), seguida de Suécia (47%), Finlândia (41,5%) e Argentina (40%). Muitos dos países que lideram o ranking têm leis que garantem uma representação alta de mulheres no Parlamento ao exigir, por exemplo, uma cota mínima nas listas partidárias. A União Interparlamentar observa que a média mundial vem registrando melhoras ano a ano, mas adverte que ainda é necessária uma melhoria significativa para garantir uma representação efetiva das mulheres nos Parlamentos. "Neste ritmo, não conseguiremos atingir a paridade (entre os sexos) nos Parlamentos antes de 2050", disse Anders B. Johnsson, secretário-geral da organização. Apenas 20 países em todo o mundo têm mais de 30% de mulheres entre seus deputados. Ministério Em um segundo ranking preparado pela União Interparlamentar, considerando a proporção de mulheres no gabinete, o Brasil também ficou entre os piores, na 115ª colocação entre os 192 países. O país tinha 4 mulheres entre seus 35 ministros (11,4%) quando os dados do ranking foram coletados, ainda antes da substituição de Matilde Ribeiro por Edson Santos à frente do Ministério da Igualdade Social. O ranking de mulheres no gabinete é liderado pela Finlândia (57%), seguida de Noruega (55,6%), Granada (50%) e Suécia (47,6%). Entre os países latino-americanos, a posição do Brasil no ranking é superior somente às de Guatemala (6,7% de mulheres no gabinete) e Haiti (11,1%). Apenas 22 países têm mais de 30% de mulheres em seus gabinetes ministeriais, sendo 12 deles na Europa e 6 na América Latina ou no Caribe. O relatório da organização internacional também destaca que apenas 11 países no mundo têm uma mulher como chefe de Estado ou de Governo (em alguns países ambas as funções estão concentradas no mesmo cargo). A União Parlamentar, fundada em 1889, é uma organização que reúne Parlamentos de todo o mundo. Atualmente, Parlamentos de mais de 140 países estão associados à organização. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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