Brasil tem 1 denúncia de violência contra mulher a cada 7 minutos
Nos dez primeiros meses do ano passado, o País registrou 63.090 relatos de agressões - 58,55% contra negras; saiba o que fazer
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Por Redação
O Brasil registrou, nos dez primeiros meses do ano passado, 63.090 denúncias de violência contra a mulher - o que corresponde a um relato a cada 7 minutos no País. Os dados são da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), a partir de balanço dos relatos recebidos pelo Ligue 180. Entre estes registros, quase metade (31.432 ou 49,82%) corresponde a denúncias de violência física e 58,55% foram relatos de violência contra mulheres negras.
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O Ligue 180 também registrou 19.182 denúncias de violência psicológica (30,40%), 4.627 de violência moral (7,33%), 3.064 de violência sexual (4,86%) e 3.071 de cárcere privado (1,76%). Os atendimentos registrados mostram ainda que 77,83% das vítimas têm filhos e que mais de 80% destes filhos presenciaram ou também sofreram a violência.
Os dados mostram ainda que, entre os relatos de violência, 85,85% corresponderam a situações em ambiente doméstico e familiar. Na maioria dos relatos (67,36%), as violências foram cometidas por homens com os quais as vítimas tinham ou já tiveram algum vínculo afetivo, como cônjuges, namorados, ex-cônjuges ou ex-namorados. Em cerca de 27% dos casos, o agressor era um familiar, amigo, vizinho ou conhecido.
Os 20 países mais violentos para mulheres
1 / 22Os 20 países mais violentos para mulheres
6º - México
Com a elevada taxa de 4,4 homicídios de mulheresem 2012, oMéxico é um dos paísesmais violentos do mundo. Além da violência doméstica, os mexicanos enf... Foto: Linda Stelter / APMais
14º - Cuba
As cubanas também são alvo da violência. O país caribenho aparece na 14ª colocação, com uma taxa de 2,5 homicídios, tendo como referência o ano de 201... Foto: EFEMais
17º - Lituânia
O país báltico é o primeiro europeu a aparecer no ranking, com 2,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Os dados lituanos foram coletados em 2012. Foto: Mindaugas Kulbis/AP
16º - Panamá
Mais um latino na lista, o Panamá tem 2,4 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. O país caribenho aparece em 16º na lista, levando em conta... Foto: EFEMais
13º - Estônia
Segundo país Báltico da lista, a Estônia apresentou a taxa de 2,5 homicídios para cada 100 mil habitantes. Os dados foram coletados em 2012. Foto: Reprodução
10º - Porto Rico
Oficialmente um território associado aos Estados Unidos, Porto Rico também é um dos mais violentos para as mulheres.Em 2010,a taxa de homicídios das p... Foto: Ricardo Arduengo/APMais
8º - Suriname
O pequeno país sul-americano teve um taxa de 3,2 homicídios de mulheres em 2012 para cada 100 mil habitantes, o que o colocou em oitavo lugar no ranki... Foto: ReutersMais
5º - Brasil
Com os dados de 2013, o Brasil aparece como o quinto país mais violento para mulheres. A taxa para cada grupo de 100 mil habitantes foi de 4,8. Foto: Estadão Conteúdo
1° - El Salvador
De forma isolada, El Salvador é o país mais violento do mundo para mulheres, de acordo com o Mapa da Violência 2015. Em 2012, o índice de assassinatos... Foto: Jessica Orellana/ReutersMais
Sem dados
Vários países não fazem acompanhamento de dados específicos de violência contra as mulheres. Um estudo realizado pela Fundação Thomson Reuters em 2011... Foto: ReutersMais
Violência contra a mulher
Os países da América Latina são apontados como os mais violentos do mundo em relação a homicídiode mulheres. É o que mostra orelatório do Mapa da Viol... Foto: Radu Sigheti/ReutersMais
20º - Uruguai
O país sul-americano apresenta a taxa de 2 mulheres assassinadas para cada 100 mil habitantes, tendo 2010 como ano de referência. A taxa do Uruguai é ... Foto: Mais
19º - Estados Unidos
Apesar de ser a maior economia do mundo, os Estados Unidos figuram na lista dos 20 paísesmais violentos do mundo para mulheres. O país apresentou, em ... Foto: APMais
18º - África do Sul
Uma das poucas nações africanas a ter dados consolidados sobre o assunto, a África do Sul aparece em 18º lugar entre os países mais violentos para mul... Foto: Rodger Bosch /AFPMais
15º - Ilhas Maurício
A pequena República de Maurício, na costa do continente africano, também figura no ranking da violência contra as mulheres. O arquipélagoturístico per... Foto: ReproduçãoMais
12º - Bielorrússia
A ex-república soviética é mais um país europeu a estar na ranking da violência contra as mulheres. A taxa em 2011 foi de 2,6 para cada grupo de 100 m... Foto: APMais
11º - Ucrânia
Em 2012, a Ucrânia apresentava a taxa de 2,8 homicídios de mulherespara cada grupo de 100 mil habitantes, sendo o quarto país europeu mais violento. Foto: AP
9º - Letônia
Terceira e última república Báltica, a Letônia está entre os dez países mais violentos para mulheres. Em 2012, 3,1 mulheres foram assassinadas para ca... Foto: APMais
7º - Moldávia
Também uma ex-república soviética, a Moldávia é o segundo país europeu mais violento em relação às mulheres. Por lá, 3,3 mulheres foram assassinadas p... Foto: Dan Morar/APMais
4º - Rússia
As russas estão mais sujeitas a serem assassinadas do que qualquer outra nacionalidade europeia. Em 2011, o país apresentou a taxa de 5,3 homicídios d... Foto: ReutersMais
3º - Guatemala
Inaugurando o top 3, a Guatemala é um dos mais violentos países do mundo. A nação da América Central teve, em 2012, uma taxa de 6,2 homicídios de mulh... Foto: Moises Castillo/APMais
2º - Colômbia
Com dados de 2011, a Colômbia teve 6,3 homicídios de mulheres para cada 100 mil habitantes. O péssimo índice deu ao país sul-americanoa segunda coloca... Foto: ReutersMais
Mortes. Dos 4.762 homicídios de mulheres registrados em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que a maioria desses crimes (33,2%) tem parceiros ou ex-parceiros como autores. De cada sete feminicídios, quatro foram praticados por pessoas que tiveram ou tinham relações íntimas de afeto com a mulher.
A situação é ainda mais preocupante em relação às mulheres negras - entre este grupo, o número de mortes aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. Na mesma época, a quantidade de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, de 1.747 para 1.576.
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Carnaval. Dados recentes, relativos ao carnaval de 2016, mostram que os relatos de violência contra a mulher quase triplicaram neste período, em relação ao período equivalente no ano passado. Um total de 3.174 mulheres telefonou para o Ligue 180 entre 1º e 9 de fevereiro deste ano, enquanto que no feriado de 2015 foram 1.158. Repetindo a tendência das outras épocas do ano, o tipo de violência mais comum foi a física, relatada em 1.901 casos, seguida pela psicológica.
Quatro juristas ouvidos pelo Estado atribuem a queda nos dois índices à conscientização das mulheres e às punições aos agressores - garantidas nos últimos dez anos pela Lei Maria da Penha -, mas destacam ainda o pouco valor da palavra da vítima como prova para as autoridades judiciais.
Enem. No ano passado, o tema da redação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) foi a violência contra a mulher. A proposta foi comemorada por movimentos ligados à promoção dos direitos das mulheres. Em entrevista ao Estado, Maria da Penha Maia Fernandes, de 70 anos, cuja história inspirou a aprovação da Lei 11.340, ressaltou a importância de levantar esse debate em todo o País. O Ministério da Educação informou que, em 55 redações, foram relatados "depoimentos contundentes" sobre o tema.
Denuncie. O número 180 da Central de Atendimento à Mulher recebe denúncias e orienta mulheres vítimas de violência. As denúncias recebidas são encaminhadas aos sistemas de Segurança Pública e Ministério Público de cada um dos Estados e do Distrito Federal. Após o recebimento da denúncia, a central dá início à apuração. As ligações são gratuitas e o serviço funciona 24 horas.
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Também é possível denunciar por meio do aplicativo Clique 180. A ferramenta, desenvolvida pela ONU Mulheres, em parceria com a SPM e apoio da Embaixada Britânica, atende mulheres em situação de violência e pessoas que não compactuam e querem ajudar denunciando as agressões.