As brasileiras estão tendo cada vez menos filhos. O número de filhos por mulher caiu 13% nos últimos cinco anos. No entanto, o número teve um crescimento expressivo em uma única faixa etária, daquelas com mais de 40 anos – mostrando que a tendência de postergar a gravidez segue entre as brasileiras e está relacionada ao aumento da escolarização e à maior participação no mercado de trabalho.
Os números estão na pesquisa Estatísticas de Gênero, divulgada nesta sexta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O maior número de nascimentos ocorre entre as mulheres de 20 a 29 anos de idade, mas a trajetória é de queda. Em 2018, foram 1,4 milhão de bebês contra 1,2 milhão em 2022 – uma redução de 11,2%.
A maior queda foi entre jovens de 10 a 19 anos (30,8%), mostrando que embora ainda haja um número expressivo de gravidez na adolescência, o problema está em declínio. O número de bebês nascidos de mães com idade entre 40 e 49 anos, no entanto, aumentou, passando de 90,9 mil em 2018 para 106,1 mil em 2022.
Esses números estão relacionados ao aumento da escolarização das mulheres, de acordo com a pesquisa do IBGE. Hoje, as mulheres já são maioria entre os formados na faculdade no País. A proporção de pessoas com nível superior completo é de 16,8% entre as do sexo masculino e 21,3% entre as do sexo feminino.
A pesquisa Estatísticas de Gênero do IBGE também revelou que a mortalidade materna caiu. O índice mede o número de mortes maternas obstétricas por cem mil nascidos vivos. A meta da Organização das Nações Unidas é que este número fique abaixo de 70 por cem mil.
O Brasil esteve abaixo da meta entre 2010 e 2019. Em 2020, com a pandemia de covid-19, a mortalidade materna aumentou 29% em relação a 2019, alcançando 74,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos e ultrapassando a meta. Em 2021, chegou a 117,4 óbitos por 100 mil nascidos.
Segundo os pesquisadores, os números estão relacionados ao atraso da vacinação de mulheres e à maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde durante a pandemia. Em 2022, o indicador retornou a patamar próximo de 2019, com 57,7 mortes por 100 mil nascidos vivos.
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