Brasileiras presas na Alemanha após troca de mala receberão R$ 15 mil; veja cálculo da indenização

Goianas ficaram detidas em Frankfurt por mais de um mês; Ministério Público alemão tem até 7 de março para entrar com recurso

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Por Andréia Bahia
Atualização:

As goianas presas em Berlim, em março do ano passado, acusadas de levarem 40 quilos de cocaína na bagagem, serão indenizadas pelo estado alemão. De acordo com a decisão da Justiça, de 21 de fevereiro, Kátyna Baía e Jeanne Paolini devem receber 75 euros por dia que ficaram presas injustamente. As duas estiveram detidas na prisão de Frankfurt por 38 dias e a indenização, em valores de hoje, seria de aproximadamente R$ 15,3 mil.

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De acordo com a advogada Chayane Kuss de Souza, que defende as goianas na Alemanha, a Justiça alemã reconheceu a necessidade de indenizar as duas mulheres porque não houve nenhuma situação que excluiu do estado essa responsabilidade. “Elas não tiveram comportamento suspeito, não foram agressivas, e poderiam ser investigadas em liberdade”, explica a advogada.

O Ministério Público alemão tem até 7 de março para entrar com recurso contra a indenização, o que a advogada não acredita que deva fazer, uma vez que foi o próprio MP que pediu a absolvição das goianas.

As goianas Jeanne Paollini e Kátyna Baía passaram mais de um mês presas injustamente na Alemanha Foto: Reprodução Instagram

O valor da indenização, na avaliação de Chayane, não condiz com o dano sofrido, no entanto, é um valor tabelado na Alemanha, onde qualquer ação policial em desconformidade com a lei gera uma reparação por parte do estado. O escritório de advocacia que representa Kátyna e Jeanne na Alemanha vai entrar com novos pedidos de indenização agora que a Justiça alemã reconheceu que a prisão foi injusta.

“Vamos avaliar a extensão dos danos e prejuízos para pedir”, afirma Chayane. Entre os prejuízos, ela cita os valores gastos com a viagem e passeios, com psicólogos, remédios, advogados e o que deixaram de ganhar quando voltaram ao Brasil em razão de estarem debilitadas física e mentalmente. Na prisão, afirma a advogada, elas não receberam medicamentos que usavam e se alimentavam basicamente de pão e água.

Relembre o caso

A personal trainer Kátyna Baía e a veterinária Jeanne Paollini tiveram as bagagens trocadas por malas com drogas no aeroporto de Guarulhos, em 5 de março do ano passado, dia em que dariam início a 20 dias de férias por cidades da Europa. Câmeras de segurança do aeroporto flagraram o momento em que a identificação das bagagens foi trocada para outras malas, com cocaína.

Vídeos obtidos pelo Fantástico, da TV Globo, mostram como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas de Kátyna e Jeanne, uma rosa e uma preta, separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.

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Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia. As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne e a troca é feita.

As duas foram detidas em Frankfurt, na Alemanha. e liberadas depois de 38 dias, após o Ministério Público alemão receber um inquérito da PF que comprovou a inocência de ambas.

Segundo a Polícia Federal, um dia antes do embarque das duas brasileiras, outra goiana teve a etiqueta da mala trocada por bagagem com drogas ao viajar para Paris, na França, mas não foi presa.

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