As polícias Militar e Civil montaram um forte aparato de segurança para tentar prender os integrantes da quadrilha de assaltantes de bancos que espalhou terror, na terça-feira, no interior de Minas Gerais. A busca envolve 250 policiais militares e 170 policiais civis, além de ter o apoio de 150 homens das polícias de São Paulo e Goiás, que vigiam as divisas entre os três Estados. Até o fim da tarde desta quarta-feira, no entanto, não havia pistas do paradeiro dos bandidos,que fugiram com o dinheiro roubado de dois bancos e uma loja. A ação criminosa ocorreu no mesmo dia em que os quatro governadores do Sudeste criaram o Gabinete Integrado de Segurança, para reforçar o combate à violência na região, e um dia após a Secretaria de Defesa Social de Minas anunciar a redução dos índices de homicídios e assaltos no estado, em 2006. O secretário de Defesa Social, Maurício de Oliveira Campos Júnior admitiu vulnerabilidades no sistema de segurança no interior do Estado. Segundo ele, a grande malha rodoviária facilita as fugas e a polícia não está habituada a enfrentar a ação de quadrilhas organizadas. O secretário disse que o investimento no interior é uma das prioridades da área de segurança, este ano. Oito reféns levados pela quadrilha na terça foram soltos na manhã desta quarta e passaram o dia prestando depoimentos em uma delegacia de Polícia Civil de Araxá, na região do Alto Paranaíba. Eles teriam dito que os criminosos têm sotaque paulista, mas, de acordo com a Secretaria de Defesa Social, não há qualquer informação concreta sobre a origem da quadrilha. O bando teria entre 12 e 15 integrantes e estaria equipado com armamento pesado e coletes à prova de balas. O roubo e a fuga Os assaltos ocorreram por volta das 16 horas de terça. Os criminosos roubaram uma agência do Banco do Brasil e outra do banco Itaú, além de uma loja de eletrodomésticos, todas em São Gotardo, no Alto Paranaíba. Eles chegaram a usar reféns como escudos humanos, para evitar a ação da Polícia Militar. Segundo a Secretaria de Defesa Social, os dois bancos ainda não informaram quanto dinheiro foi roubado. Depois dos roubos, os assaltantes fugiram em uma Blazer e um Vectra, e levaram, ainda, um carro da Polícia Militar, abandonado em seguida. As informações sobre o número de reféns são conflitantes. Segundo a Secretaria de Defesa Social, oito pessoas foram mantidas sob o poder da quadrilha até a manhã desta quarta: cinco policiais militares, dois delegados da Polícia Civil e um juiz de direito. Eles foram libertados em uma estrada de terra na cidade de Sacramento. Na fuga, os bandidos conseguiram furar três bloqueios policiais. No primeiro deles, atiraram contra um carro da Polícia Rodoviária Estadual. O cabo Wandeck Costa da Silva, que estava no veículo, morreu no local. Outros dois policiais militares ficaram feridos na perseguição. Outros assaltos Também na terça-feira, houve outras três tentativas de assalto a bancos no interior de Minas, duas delas bem-sucedidas. Em Brasilândia de Minas, no Noroeste do Estado, criminosos levaram dinheiro de agências do Banco do Brasil e do Bradesco, e chegaram a fazer quatro reféns durante a ação. Eles conseguiram fugir. Pela manhã, em São Sebastião do Maranhão, no Vale do Rio Doce, a Polícia Militar frustrou uma tentativa de assalto a uma agência do Itaú. No confronto com os policiais, dois criminosos morreram e um foi preso. A Secretaria de Defesa Social investiga se há relação da quadrilha que agiu em São Gotardo com os crimes nas outras duas cidades e com um assalto a banco ocorrido, na segunda-feira, em Tiros, também no Alto Paranaíba.
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