Um casal de turistas de São Paulo encontrou uma microcâmera escondida em uma falsa tomada do quarto em que estava hospedado em um condomínio de luxo na praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, distrito de Ipojuca, em Pernambuco.
Segundo a Polícia Civil, o casal estava viajando com duas amigas e se hospedou de 13 a 17 de janeiro no OKA Beach Residence, onde cada diária é anunciada em plataformas de reserva de apartamentos por R$ 700. As duas amigas ficaram em outro apartamento. As reservas foram feitas por meio de um site especializado, Booking, que declarou que a propriedade foi suspensa da plataforma.
Na tarde do dia 16, o casal estava no quarto quando a mulher ouviu um barulho perto da televisão e foi averiguar. Encontrou, fixada em posição em frente à cama, uma espécie de tomada onde não era possível encaixar nenhum fio. A mulher suspeitou que se tratava de uma câmera e chamou o marido. O casal pesquisou aquele tipo de objeto na internet e descobriu que se tratava de um modelo de câmera-espiã.
Ainda conforme a polícia, o casal então comunicou a gerência do local, que chegou a fazer imagens do objeto. Em seguida, orientado por uma das colegas de viagem, o casal registrou boletim de ocorrência na Delegacia da 43.ª Circunscrição, em Porto de Galinhas.
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No dia 17 a polícia recolheu a câmera e um cartão de memória, e agora investiga se foi cometido o crime de “registro não autorizado de intimidade sexual”, previsto pelo artigo 216-B do Código Penal: “produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes”, que é punido com prisão de seis meses a um ano, além de multa.
Pelas redes sociais, a administração do OKA Beach Residence informou que o local é um condomínio residencial, e não hotel. “A instalação de câmera oculta em unidades privativas para locação é um ato criminoso que repudiamos veementemente. O OKA Beach Residence é um condomínio residencial e que não exerce atividade hoteleira. As locações que ocorrem neste condomínio residencial são realizadas diretamente entre inquilinos e proprietários destas unidades.”
Segundo a Polícia Civil, a unidade onde a câmera estava foi comprada há quatro meses e o atual proprietário afirmou desconhecer a existência do objeto. Por enquanto, a polícia descarta a hipótese de responsabilizá-lo.
Em nota, a Booking afirmou que “está ciente do ocorrido e lamenta a situação relatada”. “Nossas equipes estão analisando detalhadamente este caso, e a propriedade já está e permanecerá suspensa da plataforma durante a investigação, para que não possa ser reservada pelos viajantes”, segue a empresa. “Esta não é uma experiência que queremos para nenhum dos nossos clientes e esperamos mais dos nossos parceiros de acomodação. Além disso, a plataforma está à disposição para colaborar com as autoridades”, conclui o texto.
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