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Caso Djidja Cardoso: familiares de ex-sinhazinha são presos por suspeita de distribuir ketamina

Operação Mandrágora culminou nas prisões de mãe e irmão da empresária morta nesta semana

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Por Redação
Atualização:

A Polícia Civil do Amazonas prendeu preventivamente nesta quinta-feira, 30, quatro pessoas suspeitas de integrar uma seita religiosa supostamente focada na distribuição de ketamina (ou cetamina), droga popular para uso recreativo e aplicação de golpes do tipo “boa noite, Cinderela”. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos alvos.

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Dois dos presos são familiares da empresária Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido que morreu nesta terça-feira, 28, aos 32 anos. A causa da morte ainda não foi esclarecida, mas a família diz que irá colaborar com as autoridades. O caso é investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

A Operação Mandrágora, deflagrada nesta quinta, culminou nas prisões de Cleusimar Cardoso Rodrigues, de 53 anos, e, Ademar Farias Cardoso Neto, de 29, mãe e irmão de Djidja. Os dois são apontados como fundadores de uma suposta seita intitulada “Pai, Mãe, Vida”, além de serem proprietários de uma rede de salões de beleza em Manaus.

Djidja Cardoso (à esq) posa ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso

Conforme a Polícia Civil, o grupo seria responsável não só por fornecer e distribuir ketamina, como incentivar e promover o uso da droga.

Também foram presas Verônica da Costa Seixas, de 30 anos, e Claudiele Santos da Silva, 33, funcionárias dos familiares de Djidja.

Elas são apontadas pela polícia como responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à suposta seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

Como já mostrou o Estadão, a ketamina é um fármaco de efeito anestésico utilizado para induzir ou manter anestesia, e também no tratamento de dores intensas, segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista.

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Nos Estados Unidos, é muito recorrida para tratar depressão. Além do uso humano, é utilizada no Brasil como tranquilizante anestésico para animais de grande porte, como cavalos, além de ser utilizada como droga recreativa ilícita.

Suspeitos estariam tentando fugir quando foram presos, diz delegado

De acordo com o delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), os investigados foram encontrados no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus, no momento em que estariam tentando fugir.

A Polícia Civil afirmou que as investigações se iniciaram há aproximadamente 40 dias e identificaram que o grupo coletava a droga ketamina em clínicas veterinárias e realizava a distribuição do fármaco entre os funcionários da rede de salões de beleza da família Cardoso.

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Durante buscas realizadas entre quinta e esta sexta-feira, 31, foram apreendidos centenas de seringas, produtos destinados a acesso venoso, agulhas e ketamina, além de celulares, documentos e computadores na residência da família, no salão de beleza e em uma clínica veterinária. Djidja foi encontrada sem vida na manhã de terça-feira em sua casa, no bairro Cidade Nova. Uma das hipóteses da polícia é que ela pode ter sofrido uma overdose devido ao uso indiscriminado da ketamina.

Em nota publicada nas redes sociais no último dia 28, os familiares de Djidja presos nesta semana afirmaram que “toda e qualquer circunstância que envolve seu falecimento será esclarecida perante às autoridades”. A família se disse consternada em relação a possíveis notícias falsas sobre a causa da morte da empresária.

A reportagem não localizou as defesas de Cleusimar Cardoso Rodrigues, Ademar Farias Cardoso Neto, Verônica da Costa Seixas e Claudiele Santos da Silva. O espaço está aberto para manifestação.

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