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‘Cavalo Tarado’: prefeitura do Rio tenta reaver R$ 50 mil pagos a companhia por apresentação

Após funk considerado impróprio para crianças, grupo está proibido de fazer espetáculos e oficinas em unidades de ensino do município

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Atualização:

A Secretaria Municipal de Cultura do Rio anunciou nesta quarta-feira, 30, que toma providências para reaver os R$ 50 mil pagos à companhia de dança Suave por uma série de apresentações e oficinas realizadas em quatro escolas municipais. Na noite de terça-feira, 29, a Secretaria Municipal de Educação informou ter afastado os diretores dessas escolas.

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Na semana passada, vídeos de um espetáculo de dança apresentado para alunos do Ciep Luiz Carlos Prestes, na Cidade de Deus (zona oeste do Rio), no último dia 22, viralizaram nas redes sociais e geraram polêmica pelo conteúdo considerado impróprio para crianças. Ao som do funk “Olha os cavalo (sic) no cio”, que descreve um animal querendo se reproduzir, uma dançarina mascarada como se fosse um cavalo inicia a performance “galopando” em cima de um homem e depois continua dançando.

Segundo a prefeitura, a companhia foi escolhida dentro de um edital do município lançado em 2022 e a seleção coube a uma comissão independente que aceitou a classificação do espetáculo como livre.

Apresentação de funk no Ciep Luiz Carlos Prestes; secretaria de Educação afastou diretores de quatro escolas Foto: Reprodução

Na última segunda-feira, 28, o prefeito Eduardo Paes (PSD) criticou a apresentação. Em um vídeo, ele afirmou ter recebido as imagens do espetáculo e se surpreendido: “Gente, eu recebi esse vídeo absurdo aqui e queria entender o que se passa na cabeça de alguém que acredita que isso aqui é algo que possa ser apresentado para crianças. Eu reagi como qualquer pessoa lúcida que vê essa gravação: com muita indignação e com repúdio. Criança está na escola para estudar, para aprender, para desenvolver as habilidades. Nós vamos endurecer o controle sobre qualquer apresentação, atividade ou palestras feitas nas escolas municipais da cidade, principalmente por esses grupos independentes, para que isso não volte a acontecer. Eu não admito que a gente desperdice tempo e exponha as crianças a esse tipo de conteúdo. Não é possível que alguém considere (esse espetáculo) adequado ao ambiente escolar”.

Na terça-feira, 29, a secretaria municipal de Educação divulgou nota em que informou ter afastado os diretores do Ciep Luiz Carlos Prestes, do Ciep Gustavo Capanema, da Escola Municipal Marechal Estevão Leite de Carvalho e da Escola Municipal Rivadavia Correia, unidades municipais de ensino onde o espetáculo foi exibido.

“De imediato, a Secretaria de Educação proibiu qualquer apresentação do grupo nas unidades da rede municipal”, informou a pasta, em nota. “Também foi aberta uma sindicância para investigar a razão da apresentação, que foi anunciada como classificação livre, ter levado conteúdo completamente inadequado para as crianças”.

Nesta quarta-feira, a secretaria municipal de Cultura informou em nota que “repudia veementemente o teor da apresentação do grupo, inscrita como classificação livre em edital público em 2022″. Ainda segundo a nota, o projeto foi selecionado por uma comissão independente. “Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para reaver o valor de R$ 50 mil destinado ao grupo para uma série de apresentações e oficinas”, conclui o texto.

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Na noite desta quarta-feira, a reportagem não conseguiu contato com companhia de dança Suave.

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