Carlomam dos Santos Nogueira, de 26 anos, suspeito de participar do crime que resultou na morte de 10 pessoas da mesma família do Distrito Federal (DF), apresentou-se à polícia na tarde desta quarta-feira, 25. Conhecido pelo apelido de “Carlinhos”, ele estava foragido desde a semana passada, quando as autoridades prenderam outros três homens que também podem estar ligados aos assassinatos.
Carlomam se entregou à delegacia do município de São Sebastião e, depois, foi transferido para o 6º DP (Distrito Policial) de Paranoá, onde está preso. Ele é tratado como possível arquiteto dos crimes, que vieram à tona no último dia 16. Todas as 10 vítimas são do circulo familiar da cabeleireira Elizamar da Silva, 39 anos, que foi assassinada com os três filhos pequenos há cerca de duas semanas. Eles foram encontrados no dia 13 de janeiro, dentro de um carro carbonizado.
De acordo com as investigações, há relação de Carlomam com um dos três presos e há informações de “natureza técnica” que vinculam o quarto suspeito ao cativeiro onde foi encontrando o corpo de Marcos Antônio Lopes de Oliveira (sogro de Elizamar), no último dia 18, e também ao carro onde foram encontrados corpos carbonizados. O homem entregou horas depois da Polícia Civil do Distrito Federal anunciar uma recompensa de R$ 20 mil para quem ajudasse na prisão do foragido.
Também nesta quarta foi identificada a 10ª vítima do caso. Ana Beatriz Marques de Oliveira, de 19 anos, foi uma das três vítimas encontradas em uma cisterna, em Planaltina, na terça. Os outros dois corpos eram de sua mãe, Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 55 anos (ex-esposa de Marcos Antônio) e de Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, de 30 anos (marido de Elizamar e filho de Marcos Antônio).
Carloman é o quarto preso suspeito de estar envolvido no caso. A polícia do DF já tinha prendido Horácio Barbosa, Gideon Batista de Menezes e Fabrício Silva Canhedo pelos crimes de extorsão qualificada pelo resultado morte e associação criminosa. A polícia chegou ao trio por meio de imagens de câmeras de segurança de um posto onde teriam comprado gasolina para queimar os carros e os corpos.
Segundo as investigações, eles teriam recebido R$ 100 mil pelos crimes. Horácio declarou que os assassinatos foram arquitetados por Marcos e Thiago e que os dois contrataram o grupo para cometer os homicídios. Com a confirmação da morte de ambos, essa tese tem diminuído de força entre os investigadores.
De acordo com a polícia, os assassinatos podem ter sido motivados por dinheiro. Renata, mãe de Thiago e esposa de Marcos, teria vendido um imóvel no valor de R$ 400 mil, e a cabeleireira Elizamar também teria feito um empréstimo no valor de R$ 100 mil. Segundo as investigações, os altos valores podem ter atraído os criminosos, que trabalhavam para a família vítima da chacina.
Relembre o caso
A cabeleireira Elizamar foi vista pela última vez no dia 12 de janeiro. com três filhos menores do casal - um menino de 7 anos e os gêmeos de 6 anos. Ela foi à cidade de Paranoá para se encontrar com Thiago, que estava na casa dos pais dele.
No dia seguinte, o carro de Elizamar foi encontrado carbonizado com quatro corpos dentro, em Cristalina, Goiás. Por meio de exames de DNA e da arcada dentária foram identificados os corpos da cabeleireira e dos três filhos, Rafael e Rafaela, de 6 anos, e Gabriel, de 7 anos, em 19 de janeiro.
No dia 18 de janeiro, um corpo foi encontrado esquartejado na casa em Planaltina que teria servido de cativeiro para parte da família. Após a identificação também no dia 19, a polícia divulgou que se tratava de Marcos Antônio, sogro de Elizamar e pai do Thiago.
No dia 14 de janeiro, o carro de Marcos Antônio, pai de Thiago, também foi encontrado carbonizado com mais dois corpos dentro, na cidade de Unaí, em Minas Gerais. Segundo laudo divulgado na última terça-feira, os restos mortais são de Renata Juliene Belchior, de 52 anos, sogra de Elizamar e mãe do Thiago, e de Gabriela Belchior de Oliveira, de 25 anos, cunhada de Elizamar e irmã do Thiago, desaparecidas no mesmo dia.
Na madrugada da última terça-feira, a PCDF encontrou mais três corpos, dois deles foram identificados no mesmo dia sendo de Thiago e de Cláudia. Já o laudo sobre Ana Beatriz, última vítima identificada, saiu nesta quarta-feira. Também na terça, os corpos de Renata e Gabriela Belchior, cujos desaparecimentos tinham sido registrados em 15 de janeiro e estavam sendo investigados pela Polícia Civil de Minas Gerais, foram identificados oficialmente. Eram delas os corpos carbonizados que estavam no carro localizado em Unaí, Minas Gerais.
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