Quatro pessoas morreram no Rio Grande do Sul e outras três em Santa Catarina por causa dos impactos provocados pelas fortes chuvas nos últimos dias. Há dois desaparecidos no interior gaúcho e um no litoral catarinense. O Vale do Taquari (RS), destruído pelo ciclone extratropical de setembro, volta a ter inundações. Os governos atuam neste domingo, 19, para tirar moradores de áreas de risco e prestar auxílios aos afetados.
Nos últimos meses, a Região Sul tem enfrentado extremos climáticos, como chuvas e ciclones. A intensidade dos fenômenos está ligada ao El Niño, que tem causado transtornos em todo o País, como a seca histórica no Amazonas, as queimadas na floresta e no Pantanal e a onda de calor recorde no Centro-Sul do País.
Na cidade turística de Gramado (RS), duas mulheres morreram soterradas na residência onde moravam. As vítimas eram Elisabeta Maria Ponath, de 51 anos, e Lidowina Lehnen, de 86. Outras duas pessoas que estavam no imóvel sobreviveram.
Em Coqueiros do Sul, o corpo de uma mulher, ainda não identificada, foi encontrado na madrugada deste domingo preso em galhos no Rio Turvo. Segundo os bombeiros, a vítima estava em um veículo, junto com um homem e uma criança, arrastado pela correnteza no sábado. Os dois seguem desaparecidos.
Já no município de Vila Flores, o corpo de um homem foi achado pelos bombeiros mergulhadores neste domingo a 13 metros de profundidade no Rio da Prata. A vítima teve seu carro levado pela correnteza no dia anterior. Na carona, havia ainda dois passageiros, que conseguiram se salvar.
Segundo o governador Eduardo Leite (PSDB), até agora 38 municípios reportaram ocorrências em função da chuva. Mais de 31 mil pessoas foram afetadas, 399 desabrigados e 1.665 desalojados.
As fortes chuvas entre sexta e a madrugada de sábado fizeram com que o Rio Taquari, no município de Lajeado, ultrapassasse a cota de inundação. O nível da água subiu 44 centímetros em apenas uma hora, chegando a 23,92m.
Em setembro, a passagem de ciclone extratropical deixou 51 mortos no interior gaúcho. Municípios destruídos pelo fenômeno climático de dois meses atrás, como Muçum e Roca Sales, voltaram a sofrer com enchentes.
“A sala de situação do Estado e o centro de operações da Defesa Civil continuam monitorando a evolução hidrometeorológica, especialmente as respostas das bacias com alerta: Taquari, Caí e Jacuí, e toda a extensão do Rio Uruguai”, disse a defesa civil do Estado gaúcho.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, o número de mortos subiu para três. Duas mulheres morreram no município de Taió na quinta-feira, 16, e um homem em Palmitos também foi localizado sem vida na noite de sexta-feira, 17. Uma pessoa está desaparecida em Praia Grande.
Desde 14 de novembro, mais de 60 municípios catarinenses registraram ocorrências relacionadas com temporais, inundações, vendavais, alagamentos, granizo e enxurradas.
Conforme a Defesa Civil de Santa Catarina, a região Oeste é a mais impactada. “Mal nos recuperamos da chuva de outubro e infelizmente já fomos atingidos por mais fortes chuvas”, disse o governador Jorginho Mello (PL) .
“Estamos em trabalho com todos os órgãos que possam auxiliar a população, reforçando o efetivo nas regiões que foram decretadas situação de emergência, para assim auxiliar ao máximo todos os atingidos”, afirmou ele.
Há 64 municípios em situação de emergência, sendo oito em estado de calamidade pública: Rio do Sul, Rio do Oeste, Vidal Ramos, Pouso Redondo, Trombudo Central, Agrolândia, Botuverá e São João Batista.
Os municípios catarinenses que registraram maiores volumes acumulados de precipitação nas últimas 72 horas foram: Agrolândia (339.5 mm), Aurora (333.1 mm), Trombudo Central (320.7 mm) e Ituporanga (316.0 mm). Nestas cidades, no período, choveu mais do que o dobro esperado pela climatologia em novembro.
Correções
Diferentemente do publicado na versão original da matéria, o nome da cidade gaúcha é Giruá
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