Como serão as ‘cidades temporárias’ para desabrigados no Rio Grande do Sul? Veja o que se sabe

Governo estima que ‘minicidades’ comecem a funcionar em junho em quatro municípios da região metropolitana; espaços terão contrato de seis meses, prorrogáveis pelo mesmo período

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Foto do author Priscila Mengue
Atualização:

O governo do Rio Grande do Sul divulgou, nesta sexta-feira, 17, detalhes da organização das quatro “cidades temporárias” que serão montadas para receber desabrigados na região metropolitana de Porto Alegre. A previsão é de que os espaços comecem a operar em cerca de um mês, ainda em junho.

O planejamento envolve a utilização de tendas com estruturas temporárias semelhantes às de grandes hospitais de campanha montados durante a pandemia, como o do estádio do Pacaembu, em São Paulo, por exemplo. Segundo o Estado, cada uma dessas “minicidades” terá uma infraestrutura básica de funcionamento, com ao menos os seguintes espaços:

  • administração, área para o staff e almoxarifado
  • posto de saúde
  • brinquedoteca (de 40 m²)
  • espaços para animais de estimação
  • chuveiros e banheiros
  • cozinha e refeitório
  • dormitórios
  • espaços multiuso (com televisão e computadores)
  • fraldário, espaço de amamentação e berçário
  • lavanderia
  • triagem e espaço de assistência social

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De acordo com o vice-governador, Gabriel Souza (MDB), a estimativa é que os contratos para a instalação possam ser assinados no fim da semana que vem. O tempo estimado de montagem é de 15 a 20 dias.

Com base em outro desastre ambiental no Vale do Taquari, no ano passado, o Estado projeta que cerca de 10 mil pessoas precisarão de abrigos por tempo indeterminado após mais de 30 dias das enchentes. Hoje, o Estado contabiliza cerca de 875 espaços improvisados em 103 municípios, com 78,1 mil pessoas.

Modelo de estrutura que Governo do Estado pretende instalar nas cidades provisórias Foto: Governo do RS/Divulgação

A estimativa é que uma “cidade provisória” para mil pessoas custe cerca de R$ 13 milhões para manutenção e mobiliário por seis meses. Os contratos permitirão a prorrogação por mais um semestre. Nos dormitórios, está prevista a separação em áreas, entre famílias, homens solteiros e mulheres solteiras.

Todos os endereços teriam fácil acesso a serviços básicos (transporte, educação e outros) no entorno, além de infraestrutura de água, energia e saneamento.

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Uma das “cidades” está prevista para o Complexo Cultural do Porto Seco, complexo de carnaval na zona norte de Porto Alegre, onde as instalações serão montadas nos espaços do sambódromo e do estacionamento. Ao todo, são 30 mil m² para o abrigo.

Em Canoas, o local será no Centro Olímpico Municipal, onde um ginásio já tem abrigado parte dos afetados. O complexo tem cerca de 15 mil m².

Já a terceira “minicidade” será no Centro Municipal de Eventos de São Leopoldo, no Vale dos Sinos, que integra também a região metropolitana. Ao todo, a área tem 3,4 mil m².

Por fim, está prevista uma quarta em Guaíba, mas a prefeitura ainda não teria identificado um terreno adequado em área não inundável. “As áreas ainda podem mudar. (A escolha do endereço) É algo que as prefeituras estão liderando”, salientou o vice-governador.

Modelo de estrutura que Governo do Estado pretende instalar nas cidades provisórias Foto: Governo do RS/Divulgação

Segundo o vice-governador, o objetivo seria trazer espaços com “mais dignidade e conforto”, ainda mais com a possibilidade de normalização e retomada de atividades em locais hoje utilizados como abrigos, como escolas, universidades e clubes.

Com três semanas de emergência climática e humanitária, especialistas têm destacado a necessidade de suporte, treinamento e organização nos abrigos. A enchente está em redução lenta na Grande Porto Alegre, com os principais cursos d’água ainda elevados.

De acordo com Souza, o Estado está buscando orientações de organizações internacionais com experiência em campos de refugiados e desastres naturais. Entre elas, estariam a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

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Na coletiva de imprensa, também foram apresentados os modelos das primeiras casas pré-fabricadas que seriam destinadas às famílias. A previsão é que o tempo de montagem leve de 30 a 120 dias, a depender do padrão, sem contar o período de terraplanagem e instalação prévia de infraestrutura de água, energia e saneamento.

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