A Confederação Nacional de Rodeio (Cnar) divulgou hoje uma nota de esclarecimento por meio da qual contesta a posição do Ministério Público de tentar impedir a realização de rodeios nos municípios de Espírito Santo do Pinhal e Santo Antônio do Jardim, ambos no interior de São Paulo.Na semana passada, o MP obteve liminar contra a realização do evento em Espírito Santo do Pinhal, tanto na área urbana quanto na zona rural, sob pena de multa diária de 100 salários mínimos. Segundo os promotores responsáveis pela ação, diversos laudos e estudos técnico-científicos demonstraram que o uso de alguns equipamentos em provas de montaria provocam severos problemas nos animais, além de dor e sofrimento. Os promotores alegam ainda que ficou comprovado, pelos mesmos estudos, que várias provas realizadas nos rodeios embutem crueldade contra os animais.Segundo a Cnar, porém, os rodeios legalizados, que obedecem às leis federais e estaduais em vigor, garantem a sanidade e o bem-estar dos animais, pois todos os equipamentos têm medidas e padrões preestabelecidos, que não causam problemas nem prejudicam a integridade física dos animais participantes. A Confederação citou como exemplos a cinta de flanco (sedém), que deve ser feita de lã ou algodão, e as esporas, que têm de ser lisas e redondas. As modalidades de laço, legalmente proibidas, não são executadas em rodeios oficiais, de acordo com a Cnar.As leis federais que dispõem sobre rodeios foram sancionadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). A Confederação afirmou ainda que a atividade de peão de rodeio é equiparada à de atleta profissional e que a instituição é contra os maus tratos dos animais. Recentemente, foi criada a Certificação Rodeio Legal, um processo de certificação que garante o bem-estar dos animais e sua condição sanitária durante os eventos.