Conheça o Hospital Gemelli, onde papa Francisco faz cirurgia e João Paulo II se tratou após atentado

Atual chefe do Vaticano está na mesma unidade onde o pontífice polonês também ficou internado em 2005, quando sofria do Parkinson

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Por Redação
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ROMA - O papa Francisco, de 86 anos, passa por cirurgia no intestino nesta quarta-feira, 7, no Hospital Policlínico Universitário Agostino Gemelli, o maior da capital italiana. Os médicos recomendaram uma laparotomia para evitar o risco de obstrução no órgão. Não é a primeira vez, porém, que o centro médico recebe um pontífice ou integrantes do alto escalão da Igreja Católica.

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Segundo a Santa Sé, a expectativa é que ele fique internado “vários dias”. A operação, conforme o Vaticano, tornou-se necessária devido a uma laparocele (hérnia que se forma sobre uma cicatriz), que está causando síndromes suboclusivas recorrentes e dolorosas. O procedimento envolve abrir o abdômen e fazer uma cirurgia plástica na parede abdominal com prótese, sob anestesia geral.

Em 2021, foi submetido a uma intervenção cirúrgica no Gemelli por uma diverticulite, inflamação na parede do intestino grosso comum em pessoas acima de 50 anos. Na ocasião, Francisco reconheceu que esta intervenção deixou sequelas devido à anestesia, razão pela qual desistiu da cirurgia no joelho. Neste ano, em março, ele foi internado por uma bronquite infecciosa.

No décimo andar do prédio, está o apartamento privado dos papas, de 200 metros quadrados, com quartos para acompanhantes e assistentes, equipado com móveis austeros e uma capela.

O hospital é o mesmo onde o papa João Paulo II passou vários dias internado em 2005, ano em que morreu. Na época, ele tinha a saúde debilitada pelo Parkinson e teve de enfrentar várias hospitalizações.

O papa João Paulo II passou tanto tempo nesse hospital que ele costumava se referir ao Gemelli, em tom de brincadeira, como um “terceiro Vaticano”, depois da Santa Sé e do Castel Gandolfo, residência de verão dos papas, fora de Roma.

Além do papa Francisco, Hospital Policlínico Universitário Agostino Gemelli, em Roma, já recebeu o papa João Paulo II Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters

No total, o polonês foi tratado no Gemelli nove vezes, para extrair um tumor benigno, tratar uma inflamação e reparar ossos quebrados. A outra. passagem mais marcante foi em maio de 1981, quando Karol Wojtyla foi levado à unidade. após ser atingido por dois tiros disparados pelo turco Ali Agca. No total, ele passou 153 dias internados neste centro médico.

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O padre George Ratzinger também foi cuidado pelos médicos deste hospital em 2005, para uma cirurgia cardíaca, e chegou a receber a visita do seu irmão, o papa Bento XVI. O pontífice alemão, que morreu em 31 de dezembro do ano passado, nunca foi tratado no Gemelli.

Fundado em 1964, o nome do hospital é uma homenagem a Agostino Gemelli, teólogo franciscano que fundou a Universidade Católica na década de 1920. O terreno para o hospital foi doado pelo papa Pio XI no início do século 20 para a Faculdade de Medicina da Universidade Sagrado Coração.

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