Consumo de frango em alta no Brasil pode elevar preço externo--Ubabef

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Por Redação

A expectativa de recuperação do consumo de frango no Brasil, maior exportador global do produto, deverá implicar em aumento da competição com o mercado externo em 2014, refletindo em alta dos preços para exportação, disse nesta quinta-feira o presidente da associação que reúne a indústria. A Copa do Mundo no Brasil neste ano, que também tem eleições, deve elevar o consumo no país, num momento em que a indústria mantém sua oferta ajustada. "Estudos mostram que o país deve receber perto de 500 mil turistas, e tem ainda a retomada do consumo, que tinha recuado no ano passado... Será um ano de oferta ajustada, o que vai acontecer é que o mercado externo terá que disputar (com o local)", disse o presidente da Ubabef, Francisco Turra, em entrevista a jornalistas. A Ubabef estima um crescimento de 3 a 4 por cento na produção em 2014, para 12,7 milhões de toneladas, enquanto o aumento do consumo interno é visto em alta de 7 por cento, retomando marca de 45 kg por pessoa/ano. Para as exportações, a Ubabef reiterou sua projeção de crescimento de 2 a 2,5 por cento em volume. Mas Turra ponderou que o país teria condições de aumentar mais suas vendas externas, se o governo contribuísse para desobstruir alguns mercados. "As exportações podem crescer até 5 por cento este ano, se houver empenho do governo para agilizar abertura de mercados importantes, como Paquistão", afirmou ele. O Brasil exportou 3,89 milhões de toneladas de carne de frango no ano passado, queda de 0,7 por cento ante 2012. Em receita, o setor teve crescimento de 3,4 por cento, para 7,97 bilhões de dólares em 2013, na comparação com o ano anterior. MENOR PRESSÃO A indústria avícola prevê que a pressão de custos será menor este ano, diante das projeções de grandes safras em importantes produtores, após um período de alta nos gastos que levou a uma retração na produção nacional. A produção brasileira de carne de frango totalizou, em 2013, 12,308 milhões de toneladas, resultado 2,6 por cento menor ante o ano anterior. Mas as margens do setor ainda deverão se recuperar de forma moderada, pois as exportações brasileiras de grãos (os principais insumos da indústria) devem continuar fortes. "A soja deve ter produção recorde no Brasil, Estados Unidos e Argentina, mas a demanda internacional ainda é fantástica. Por isso, o custo, no computo final, não vai dar muita folga, não será nenhum refresco", disse Turra. No caso do milho, outro importante insumo no custo de produção, Turra lembrou que o país conta com estoques de passagem suficientes para a atual temporada, quando a safra deverá cair ante o recorde do ano anterior. (Por Fabíola Gomes)

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