Um total de 20 passos separam os dois prontos-socorros do Incor de São Paulo, um dedicado ao atendimento do SUS, o outro aos planos de saúde. Ambos estão dispostos quase frente a frente, mas quem se dirige ao público encontra o chão riscado, um apertado corredor de espera lotado e uma porta de correr separando os seguranças e os funcionários da recepção da área de atendimento, com macas espalhadas, médicos se esforçando para cuidar de todos, banheiros nem sempre limpos. Do outro lado, na área dos planos, o chão tem padrão granito, há uma espera confortável, salas de atendimento privativas, pouca gente e serenidade dos médicos."Meu pai veio de madrugada, está sendo atendido, mas o espaço lá dentro é bem restrito", disse o comerciante Aldo Lima Pereira, de 49 anos, que aguardava fora, nos bancos sem estofo da antiga farmácia, que ficava ao lado do PS público e foi transferida para outro local. "Aqui é muito bom, você tem que ver como é em Cuiabá", afirmou o administrador Júlio Noronha, que havia levado um amigo à unidade e também esperava do lado de fora. Na área de convênios, pacientes elogiavam o atendimento rápido da equipe médica.Antigos pacientes do Incor não se importam com as longas esperas. "Como pobre, digo que aqui é o primeiro mundo. Os médicos são muito educados. Tive arritmia no dia 20 de dezembro e fiquei 12 horas aqui, tomando remédio. Tudo muito bom", afirmou Ester Souza Campos, de 85 anos, paciente atendida há dez no Incor. "Mas a cintilografia que preciso fazer foi marcada para novembro deste ano", completou.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.