Uma criança foi baleada na manhã desta quarta-feira, 17, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, durante uma operação da Polícia Militar. Kauã Veríssimo Félix estava com a mãe, Luana Carmo Veríssimo, quando precisou ser socorrido. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que ainda não há informações sobre quem é o autor do disparo.
A PM disse ter verificado na câmera dos agentes que a criança não foi atingida pelos policiais, mas as imagens não foram divulgadas.
A vítima apresentava ferimento na região da cabeça e foi encaminhada ao Hospital Campo Limpo, também na zona sul. O garoto, que tem 7 anos, segundo liderança comunitária de Paraisópolis, está consciente e sendo assistido pela equipe médica.
Conforme a secretaria, os policiais militares realizavam um patrulhamento na comunidade, quando teriam sido recebidos com tiros na Viela Passarino. “Os policiais intervieram e os suspeitos fugiram. Após a ação, foi constatado que uma criança ficou ferida.”
A SSP informou ainda que as circunstâncias dos fatos estão sendo apuradas para investigar a origem do ferimento da criança. O boletim de ocorrência está registrado no 89º Distrito Policial, que solicitou perícia ao local.
O líder comunitário Gilson Rodrigues disse que uma manifestação será realizada nesta quinta-feira, 18, em frente da União dos Moradores. “Vamos pedir uma agenda com o governador (Tarcísio de Freitas). Se ele não nos receber, iremos até o Palácio (dos Bandeirantes, sede do governo estadual, que fica no Morumbi, bairro vizinho à comunidade de Paraisópolis)”, destaca.
Criança não foi ferida por policiais, diz PM com base em câmeras
A Polícia Militar afirmou, em entrevista coletiva realizada na noite desta quarta-feira, que a criança não foi atingida por policiais.
A avaliação foi possibilitada pela análise das câmeras corporais dos três agentes envolvidos na ocorrência – as gravações ainda não foram divulgadas. Segundo a PM, todos os policiais estavam usando o equipamento no momento da ação.
“De acordo com a análise das câmeras de segurança dos policiais nós podemos assegurar, já neste primeiro momento, que a criança não foi ferida por disparo de arma de fogo proveniente de arma de policial militar”, disse o coronel Emerson Massera, porta-voz da PM.
Segundo ele, ainda não se sabe o que causou o ferimento da criança. “Pode ter sido um disparo dos criminosos, um pedaço de reboco, um estilhaço ou até mesmo um ferimento provocado por uma queda”, disse.
A tomografia realizada no menino, continuou Massera, não apontou lesão “perfurocontundente”, o que poderia ter causado danos maiores à criança. Ele não deve precisar passar por procedimento cirúrgico. “Foi um ferimento na testa, aparentemente um corte, mas que está bastante inchado ainda.”
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