O número de adolescentes e crianças flagrados como autores da violência em São Paulo cresceu duas vezes mais rápido do que o de adultos nos últimos cinco anos. A participação de menores de idade nos assaltos, seqüestros, roubos, furtos, brigas e danos ao patrimônio saltou 39%, saindo de 9.383, em 2002, para 13.040 em 2007. Já a detenção dos mais velhos subiu 18% no mesmo período (121.267 contra 143.191). Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Na contramão destas estatísticas, está a queda expressiva de 24,4% na taxa de internação na Fundação Casa (antiga Febem) no mesmo intervalo de tempo. O aparente contra-senso é comemorado pelos estudiosos, pois indica que o regime fechado está sendo encarado como último recurso para os menores infratores. O tráfico de drogas é apontado como o grande responsável pelo impulso na criminalidade juvenil. O comércio ilegal de maconha, cocaína, crack e ecstasy foi o que mais ganhou espaço entre os motivos que levam os jovens à Fundação Casa. Em 2006, este tipo de crime correspondia a 14,4% das internações. Este ano, o tráfico pulou para 31%, o que indica que três em cada 10 meninos detidos abasteciam o mercado de produtos ilícitos. No ranking de delitos, só perde para o roubo armado (42% do total). Apenas no primeiro trimestre deste ano, já foram flagrados pela polícia 3.102 menores que cometeram algum tipo de delito. Os dados de 2008 mostram ligeira queda, já que a média diária de apreensão está em 34 detidos.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.