Mais de 5.000 manifestantes carregando cartazes contra o governo marcharam pela capital croata nesta quinta-feira, no primeiro grande protesto contra as medidas de austeridade do governo. "Os cidadãos e trabalhadores da Croácia estão acordando e começando a lutar por seu futuro", disse Vilim Ribic, líder do sindicato dos professores, ao comício de funcionários principalmente do setor público, na praça principal de Zagreb. O governo liderado pelos sociais-democratas cancelou acordos coletivos no setor público em meados de setembro, abrindo o caminho para cortes nos benefícios a empregados como parte dos planos para reformar as finanças do Estado. Para mais de 180 mil professores, médicos, enfermeiros e assistentes sociais, a decisão acabou com muitos dos seus direitos e regalias que datavam de quando a Croácia era parte da Iugoslávia comunista. "Resistam à intimidação e chantagem", "Nós causamos a crise?", "O lucro é privado, o prejuízo é de todos", afirmavam os cartazes. A Croácia deve aderir à União Europeia em julho e quer melhorar suas finanças para fortalecar a sua classificação de crédito, atualmente apenas um degrau acima do grau especulativo, como parte dos esforços para atrair investimentos. O primeiro-ministro, Zoran Milanovic, disse em uma reunião de ministério nesta quinta-feira que os sindicatos devem compreender que "a situação é difícil e eu espero que todos entendam isso". "Grandes palavras e gritos não vão acabar com a crise... Temos feito algumas promessas e eu espero que as pessoas mostrem um pouco de fé", afirmou ele. A Croácia está em recessão desde 2009. O governo espera que a economia volte a crescer no próximo ano, graças a grandes investimentos em energia e infraestrutura. No entanto, também prometeu continuar com a consolidação fiscal e redução do imenso setor público. (Reportagem de Zoran Radosavljevic)
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