Um levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que 40% dos 1.813 imóveis tombados ou em processo de tombamento de toda a capital estão abandonados, destruídos ou totalmente desconfigurados. No centro, por exemplo, 429 dos 1.272 imóveis históricos da região fazem parte dessa estatística. E isso está longe de ser o pior caso de São Paulo - na zona norte, 79% do patrimônio está abandonado ou destruído, enquanto na zona leste esse índice chega a 94%. São casos flagrantes de degradação, de especulação imobiliária ou de puro e simples desconhecimento. ?Tombado? Como assim? Aqui na minha casa está tudo em ordem, não tem isso de tombado não?, explica, sem ao menos saber o significado da palavra, a dona de casa Fátima de Assunção, moradora de uma das 17 residências tombadas no Jardim Matarazzo, na zona leste, que foram totalmente reformadas e remembradas nos últimos anos e pouco lembram a vila operária erguida no século 19. ?Na verdade, isso aqui está tombando, caindo mesmo?, diz o caseiro de um antigo hospital abandonado na Penha, zona norte. O imóvel tombado pela Prefeitura, com exatos 226 cômodos, tem infiltrações por todos os cantos e pedaços do teto correm o risco de desabar. ?Qualquer barulhinho dá um medo tremendo.? Para colher esses dados, a reportagem analisou em dois meses todas as 280 resoluções dos últimos 20 anos pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp), órgão criado pela Secretaria de Cultura para deliberar sobre a proteção dos bens culturais do Município. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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