Rodada de trombadas (ou Lucas, a exceção)

Na transmissão que vi do clássico entre Santos e Palmeiras, o tom era o tempo todo de "que jogo bom", "os dois times estão bem", etc. Mas não vi quase nada disso. Houve muito nervosismo e muitas faltas, mas poucas chances de gol. Alguns jogadores sumiram, principalmente Ganso, que abdicou de armar e ia toda hora para a área tentar desviar cruzamento. Neymar fez jogadas bonitas, com dribles e cortes muito rápidos, mas errou nos chutes. Dos dois lados, faltou o tal "último passe", a bola redonda para alguém marcar. No Palmeiras, Lincoln, tido pela crônica como um meia armador, um organizador, não organizava nada. Foi só com belo lance de Patrick - breque e cavadinha - que a bola chegou redonda para Kleber definir. Mais tarde, vendo o Corinthians empatar com o Botafogo de Ribeirão Preto, a situação era semelhante: Morais e Ramirez não criavam, o ataque não aproveitava as poucas chances, a defesa e o meio corriam e trombavam.

PUBLICIDADE

Por danielpiza
Atualização:

A única exceção, e luminosa, foi o gol de Lucas pelo São Paulo. Não vi o jogo, mas vi o lance: arranque do meio, tabela, três dribles e bola para dentro. Ser veloz é bom, ser hábil também; ser hábil e veloz é melhor ainda. Tomar decisões assim rápidas, usando as duas pernas para driblar, conduzir e fugir das trombadas e avançar em direção ao gol, é coisa para poucos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.