PUBLICIDADE

Delegada diz que Suzane e Daniel estavam felizes após o crime

Segunda testemunha ouvida no julgamento, delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, disse que o casal se beijava o tempo todo quando foram ouvidos no DHPP nos dias seguintes ao crime

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A delegada do caso Richthofen, Cinthia Tucunduva, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), segunda testemunha a ser ouvida no Fórum Criminal da Barra Funda, onde acontece o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Christian e Daniel Cravinhos, disse que em 12 anos de profissão nunca viu um comportamento semelhante ao do casal Daniel e Suzane. Em seu depoimento, de pouco mais de uma hora, Cinthia disse que os dois namorados se beijavam o tempo todo quando foram ouvidos no DHPP nos dias seguintes ao crime e aparentavam estar muito felizes. Os dois só foram separados após pedido da família de Suzane. Cinthia relatou que, no dia do crime, ela recebeu um telefonema às 9 horas sobre uma ocorrência no Campo Belo. Ela disse que se deslocou até o lugar do crime e, quando chegou à casa dos Richthofen, encontrou o escritório revirado, o resto da casa em ordem e, no quarto, os corpos do casal Manfred e Marísia. A delegada descreveu os golpes desferidos contra as vítimas como extremamente violentos. A delegada afirmou ter notado que a casa estava em ordem demais, por se tratar de um latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Foi aí, que começou a primeira suspeita da participação de Suzane e Daniel no crime. A cena de Suzane e Daniel se beijando apaixonadamente após receberem a notícia da morte dos pais também chamou a atenção da delegada. De acordo com ela, Suzane parecia querer dominar a situação, enquanto Daniel preocupava-se e protegê-la. "Em 12 anos de polícia, nunca presenciei um comportamento como o dos dois", disse Cinthia. A delegada também complicou a nova versão apresentada por Daniel Cravinhos, segundo a qual ele teria matado o casal Richthofen sozinho. Cinthia desconfia que Daniel recebeu ajuda de pelo menos uma pessoa para matar os pais de Suzane a golpes de porrete. "Haveria barulho demais e um dos dois, provavelmente Marísia, acordaria durante a agressão", disse. Suzane, Daniel e Christian, réus confessos do crime, acompanharam o depoimento da delegada do caso. Os três algemados e com a mesma roupa de ontem, que não é uniforme do sistema prisional. O interrogatório da delegada foi encerrado por volta de 16h45, após perguntas dos promotores Roberto Tardelli e Nadir de Campos Júnior e dos advogados Geraldo e Gislaine Jabour, defensores dos irmãos Cravinhos. A defesa de Suzane não quis fazer perguntas. Andreas Antes do interrogatório da delegada, Andreas von Richthofen, irmão mais novo de Suzane, foi ouvido no Fórum Criminal da Barra Funda. Ao todo, 14 testemunhas ainda deverão ser interpeladas. A previsão do juiz Alberto Anderson Filho é que a acareação entre Suzane e Daniel só ocorra na sessão de amanhã. Após o término do depoimento de Andreas, o juiz Alberto Anderson Filho disse à imprensa que julgamento está se arrastando porque ele tem medo de uma nulidade da sessão. O juiz informou que está tentando ser mais flexível tanto com os advogados a respeito dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos quanto com o advogados da defesa de Suzane von Richthofen. Anderson Filho não acredita que todas as testemunhas sejam ouvidas ainda nesta terça-feira. No total, eram 21 testemunhas, mas duas foram dispensadas há pouco. Uma delas é o pai dos irmãos Cravinhos, Astrogildo, e também Miguel Abdalla, tio de Suzane. A acareação entre Suzane e Daniel Cravinhos provavelmente será realizada amanhã, juntamente com a leitura da peças do processo. (Colaboraram: Ellen Fernandes e Fabiana Marchezi) Atualizada às 17h03

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.