Demitidos da PF usam Justiça para voltar ao cargo

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Por Agencia Estado
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Dois dos 22 policiais federais presos nesta terça-feira em Foz do Iguaçu, por facilitar contrabando, já tinham sido demitidos da instituição por corrupção. No entanto, ambos retornaram à função por meio de recursos na Justiça. Um levantamento feito nesta quinta-feira pela direção da Polícia Federal (PF) constatou que hoje existem pelo menos 34 policiais respondendo a processo e cerca de 280 sindicâncias. Segundo levantamento feito pelo Sistema de Acompanhamento Disciplinar da Corregedoria-Geral da PF, os agentes federais Jorge Luis Travassos e Júlio César Vieira Pereira já tinham sido demitidos de seus cargos, a bem do serviço público, em 1983. Um recurso na Justiça fez com que ambos fossem reintegrados aos cargos, uma medida que vem sendo tomada por diversos outros policiais e delegados acusados de irregularidades. Nesta quinta-feira, o diretor da PF, Paulo Lacerda, editou uma portaria abrindo processo administrativo contra um delegado, seis agentes, um escrivão e um funcionário administrativo, acusados de terem participado da morte de um preso na superintendência do Rio, em setembro do ano passado. Segundo a portaria, os policiais são suspeitos de cometer diversos tipos de crime, como abuso da condição de policial, atestado falso de garantias constitucionais aos presos. Além disso, eles afirmaram ter havido briga entre presos, o que nunca ocorreu, para justificar a morte de um deles. O Rio de Janeiro, com 14 casos, e o Paraná, com 12, são os Estados onde está registrado o maior número de processos disciplinares entre funcionários da Polícia Federal. São Paulo, conforme levantamento da Corregedoria-Geral, tem hoje nove processos, o mesmo número do Distrito Federal.

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