O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou nesta segunda-feira, 23, a abertura de um sindicância para apurar as responsabilidades pelo desabamento de uma ponte entre os estados do Maranhão e de Tocantins, que causou a morte de duas pessoas neste domingo, 22. Há ainda 14 pessoas desaparecidas. Quando ocorreu o desabamento, um vereador registrava sinais de desgaste da estrutura e erosões nas bases da ponte.
Renan Filho foi enviado pelo presidente Lula (PT) e concedeu entrevista após vistoria no local. Segundo ele, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizará as obras e uma nova estrutura deverá ser entregue ainda em 2025. A previsão é de que sejam investidos pelo governo federal entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões.
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“Vamos abrir uma sindicância para verificar as causas que levaram à queda da ponte e responsabilizar aqueles que deram essas causas. É a maneira de fazer isso com Justiça e com celeridade, por um lado. Por outro lado, vamos cuidar para reconstruir a ponte o quanto antes”, disse.
Ao ser questionado sobre as informações levadas ao DNIT a respeito dos problemas na estrutura da ponte por falta de manutenção, ele disse que a recuperação da ponte estava na previsão, mas infelizmente não deu tempo.
“O momento é de serenidade, de apuração com profundidade para verificar causas”, disse, acrescentando. “Todas as denúncias serão apuradas com profundidade para verificar se houve alguém que deu causa ao desabamento da ponte.”
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Renan Filho informou que, no momento, o governo federal está oferecendo suporte às famílias que foram vítimas do acidente e estabelecendo uma logística emergencial para atender as necessidades de mobilidade da população da região.
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira ligava as cidades de Estreito (MA) e Aguirarnópolis (TO). A estrutura que caiu, com 533 metros de extensão, fazia a travessia no Rio Tocantins na BR-226 (Belém- Brasília).
O passo seguinte, segundo o ministro, será a contratação emergencial de empresa para iniciar as obras de reconstrução “o quanto antes”. Ele citou que duas grandes construtoras já se ofereceram para realizar o projeto e iniciar a obra que, pelo caráter emergencial, não depende de licitação. “Duas maiores empresas dessa área já se habilitaram para fazer essa obra sob regime de emergência. Nem licitação terá porque é uma situação de emergência”, afirmou.
Risco de contaminação da água
Os caminhões-tanque transportavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico - produto químico corrosivo altamente perigoso. Por conta disso, as prefeituras de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que fazem margem com o rio na região do acidente e eram ligadas pela ponte, emitiram um alerta de risco de contaminação da água.
A recomendação é que a população evite qualquer contato com a água do rio Tocantins. “O contato com esses produtos pode desencadear reações químicas graves e oferecer sério riscos à saúde, como queimaduras, intoxicações e outros problemas”, diz o alerta.