A Câmara dos Deputados instalou nesta terça-feira uma comissão especial que vai discutir a reforma política por meio de cem projetos em tramitação na Casa. Os 40 deputados indicados pelos líderes para integrar a comissão terão 180 dias para buscar um consenso sobre temas polêmicos, como o financiamento público de campanhas, o fim das coligações, a cláusula de desempenho para partidos e o sistema de listas fechadas, entre outros. Se forem aprovadas até outubro deste ano, algumas alterações já poderão ser aplicadas nas eleições municipais de 2012, de acordo com a Câmara. Na semana passada, o Senado também instalou comissão semelhante. Segundo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), as comissões trabalharão de forma autônoma. "Vamos fazer o debate na Câmara, eles no Senado, e lá na frente vamos juntar as duas propostas", explicou o deputado, segundo a Agência Câmara. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), presente à instalação da comissão na Câmara, afirmou que haverá uma proposta de consenso entre Câmara e Senado "de modo a aprovarmos com maior rapidez". O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou no evento que a reforma foi "tantas vezes dita como inadiável" e que "patina há anos". "É chegada a hora de encontrarmos mais as nossas convergências do que explorarmos as nossas divergências", disse o ministro. Também estavam presentes o vice-presidente da República Michel Temer, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Brito, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski. (Reportagem de Carmen Munari)
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