Deslizamento deixa um morto em Campos do Jordão

Lojas e casas da principal avenida da cidade foram atingidas; há risco de novos desmoronamentos

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Um deslizamento de terra provocou a morte de uma pessoa e interditou nove lojas na madrugada desta quarta-feira, 18, na região central de Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira. O deslizamento atingiu uma área de cerca de 80 metros, provocando o desmoronamento de lojas e casas na Avenida Januário Miraglia - a principal da cidade -, no bairro Jaguaribe. Veja também: Ligação entre interior de SP e sul de MG continua interditada Minas já tem 173 municípios em situação de emergênciaTodas as notícias sobre vítimas das chuvas Há risco de um novo desmoronamento na região. Em um dos pontos comerciais, no fundo de uma padaria, morava o administrador de empresas Alcino José da Silva, de 45 anos. Ele dormia quando a terra veio abaixo e não teve tempo de sair. O corpo dele foi encontrado entre os escombros no final desta manhã. Nos outros pontos comerciais não havia ninguém e não houve feridos. De acordo com os familiares da vítima, na semana passada ele reclamou que o local apresentava rachaduras e afirmou que tinha medo de ficar lá. "Pedi então que ele viesse a minha casa, mas ele preferiu ir para Santo Antonio do Pinhal onde também tem uma casa. Como o tempo melhorou, ele decidiu voltar para a edícula, nos fundos da padaria", disse a irmã dele, Lívia Pino. A padaria pertence a um cunhado. Alcino morava há um ano na cidade. "Ninguém podia imaginar que mesmo sem chuva isso fosse cair", disseram os moradores vizinhos ao local. Os comerciantes contaram que desde segunda-feira rachaduras apareceram nos estabelecimentos. Na vidraçaria de Tarcísio Rabelo foram colocadas escoras para segurar o teto, mas não adiantou. "Houve rachaduras nas paredes e um muro ameaçava cair desde segunda-feira. Estávamos com medo de trabalhar e infelizmente não deu tempo de tirar todo material de lá. Ainda bem que aqui na loja não houve vítimas". Apesar da falta de chuva há três dias a explicação para o desmoronamento, segundo a Defesa Civil, é pelas chuvas da semana passada. "Só no domingo o volume de água chegou a 100 milímetros, o que equivale a três dias de muita chuva", disse o responsável pelo departamento, Fábio Brigione. O local está sendo monitorado pelos técnicos e avaliado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Pelo menos cinco casas construídas próximo ao barranco também terão que ser desocupadas. Funcionários da Defesa Civil utilizaram equipamentos de segurança para fazer a remoção de parte da terra que continua cedendo. "Estamos instalando uma sustentação no local, são taludes artificiais", disse o responsável. O local do desmoronamento não é considerado de risco e fica distante do centro turístico não prejudicando o feriado de carnaval, quando a cidade deve receber 50 mil turistas. O resgate do corpo de Alcino José durou toda a madrugada. Atualizado às 21 horas para acréscimo de informações.

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