Sem receber os pagamentos em atraso, uma empresa contratada pela prefeitura para os serviços de lavanderia do Hospital Municipal de Ibiúna, cidade localizada a 73 quilômetros de São Paulo, mandou funcionários retirarem lençóis, fronhas e cobertores que eram usados pelos pacientes. Os doentes acabaram ficando descobertos até que a prefeitura providenciasse novas roupas de cama. O fato, ocorrido no dia 12, passaria despercebido se não tivesse chegado ao conhecimento da moradora Sildete Pereira, que publicou as informações em seu blog.Ela acabou descobrindo que a crise no hospital é ainda mais grave do que imaginava. "Ouvindo o relato de uma enfermeira, fiquei horrorizada, pois, segundo ela, quando um bebê nasce, eles não têm nenhum pano para cobri-lo e é preciso fazer uma toalhinha com compressa de gaze", conta Sildete.Confirmação. A prefeitura confirmou a retirada das roupas de cama, mas negou o constrangimento aos doentes.De acordo com o secretário de Saúde, Renato Nogueira, o atraso no pagamento da empresa que fornecia os materiais de lavanderia do hospital e da maternidade levou a prefeitura a rescindir o contrato para que a dívida não crescesse ainda mais. O débito foi parcelado e, desde o dia 11, foi reaberta a lavanderia do próprio hospital."Em relação aos materiais da empresa, realmente tudo foi retirado do prédio. No entanto, nenhum paciente sofreu nenhum constrangimento com esse ato, já que materiais como lençol, cobertor e toalhas não faltaram porque a prefeitura possui estoque", disse o secretário. De acordo com Nogueira, Ibiúna foi afetada pelo corte nas verbas destinadas pelo governo federal aos municípios de pequeno porte.Os recursos não cobrem o custo do hospital, que chega a cerca de R$ 2,5 milhões por mês.
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