Empresário é libertado após passar 19 h em cativeiro em SP: ‘Só pensava em ver meu filho’

Segundo informações preliminares, vítima teve prejuízo de cerca de R$ 700 mil, entre empréstimos bancários e transferências por Pix; três suspeitos foram presos

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Foto do author Ítalo Lo Re
Atualização:

Um empresário de 50 anos foi libertado na tarde desta quinta-feira, 5, por policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), batalhão de elite da PM paulista, após passar 19 horas preso em um cativeiro em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo.

O homem foi sequestrado na quarta-feira, 4, dentro da própria loja, que fica em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo informações preliminares, ele teve prejuízo de cerca de R$ 700 mil, entre empréstimos bancários e transferências por Pix. Três suspeitos foram presos.

Palácio da Polícia Civil, onde fica sede da Divisão Antissequestro Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

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“Eu tenho um filho de 5 anos e só pensava em ver meu filho de novo. Foi um terror grande”, disse o empresário. Ele conta ter sido abordado por dois homens armados quando estava prestes a encerrar o expediente, por volta das 18h. Não havia mais ninguém no estabelecimento, uma loja de brinquedos.

“Procuraram coisas de valor na empresa. Depois me fizeram entrar no meu carro e me levaram”, disse. No meio do percurso, segundo ele, os criminosos o colocaram em um outro veículo e recolheram todos os pertences pessoais da vítima, como o aparelho celular.

Ele chegou ao cativeiro às 20h de quarta, onde permaneceu preso até por volta de 15h desta quinta. Ou seja, foram cerca de 19h mantido refém. “Faziam muitas ameaças”, disse. “Você não sabe o que vai acontecer. Fica deitado, de barriga para baixo, com medo de morrer.”

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O prejuízo do empresário foi de cerca de R$ 700 mil, segundo informações preliminares levantadas pela Polícia Militar. “Abriram contas digitais para mim, usaram os meus cartões e fizeram muito Pix em uma conta da empresa”, afirmou a vítima.

O homem foi libertado por policiais da Rota volta de 15h desta quinta e levado à sede da Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil, no centro, para prestar depoimento. “Foi um alívio muito grande. Eles entraram (policiais) e tomaram conta da situação, fiquei até com vontade de chorar na hora”, disse.

Segundo o tenente Danilo Bezerra, da Rota, os dois suspeitos que estavam no cativeiro, localizado em um apartamento de um Conjunto Habitacional, não apresentaram resistência durante a abordagem. “Logramos êxito em encontrar a vítima, dois indivíduos e arma de fogo”, disse.

O tenente disse que os policiais da Rota foram até o local após receber uma denúncia anônima, afirmando que alguém poderia estar sendo mantido refém por ali. “A princípio, era um imóvel abandonado, com as condições péssimas”, afirmou Bezerra.

Um terceiro suspeito foi preso após ser localizado nos arredores do cativeiro. As investigações prosseguem para apurar se há mais mais pessoas envolvidas no sequestro do empresário e para tentar localizar outros possíveis membros da quadrilha.

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Como tem mostrado o Estadão, os sequestros estão em alta no Estado. Especialistas apontam que os casos têm sido puxados pela possibilidade de transferir dinheiro via Pix e pelo “golpe do amor” ou “golpe do Tinder”, em que criminosos emboscam vítimas após marcar encontros falsos.

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